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Geral Pesquisadores identificaram um paciente infectado por duas linhagens diferentes do coronavírus no Rio Grande do Sul

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Laboratório de Microbiologia Molecular da Feevale. (Foto: Alana Hansen)

Pesquisadores do Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, identificaram casos de reinfecção e coinfecção em pacientes com Covid-19 no Rio Grande do Sul. Uma semana depois que a OMS (Organização Mundial da Saúde) demonstrou preocupação com as novas variantes da Covid-19, salientando a necessidade de fazer uma investigação meticulosa sobre possíveis impactos em vacinas, casos de reinfecções e coinfecções, pesquisadores apresentaram resultados de estudos de amostras coletadas no Rio Grande do Sul. Os genomas sequenciados foram depositados em bases internacionais e o estudo foi submetido a um periódico científico.

O trabalho foi realizado pelo Laboratório de Microbiologia Molecular da Feevale, coordenado pelo professor Fernando Spilki, e pelo Laboratório de Bioinformática (Labinfo) do Laboratório Nacional de Computação Científica (Petrópolis-RJ), coordenado por Ana Tereza Vasconcelos. Essa iniciativa faz parte da Rede Vírus, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), da qual participam os dois laboratórios envolvidos na pesquisa.

O material genético foi coletado pelo Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, que recebe espécimes clínicos de pacientes de 40 municípios do Rio Grande do Sul. A amostragem é realizada por funcionários de saúde dessas cidades e enviada ao Laboratório juntamente com informações dos pacientes, como idade, sexo, sinais clínicos e possível contato com outros casos suspeitos ou confirmados. Para esses estudos, foram selecionadas 92 amostras de pacientes com faixa etária de 14 a 80 anos de idade, sendo 50% homens e 50% mulheres.

Posteriormente, as amostras foram enviadas ao Laboratório de Bioinformática do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) para a realização do sequenciamento genético e análises de bioinformática. Usando ferramentas desenvolvidas pelo grupo do Laboratório de Bioinformática (Labinfo), foi possível a caracterização de cinco linhagens diferentes que estão circulando no Rio Grande do Sul, sendo uma nova, a princípio denominada VUI-NP13L, e dois casos de coinfecção.

Dispersão do vírus

Os estudos realizados com amostras do Rio Grande do Sul geram preocupação devido à possibilidade de dispersão do vírus para outros Estados e países vizinhos da América do Sul. A Região Metropolitana de Porto Alegre concentra o maior número de casos, por isso a análise do genoma ajuda a entender melhor a dinâmica, a estrutura populacional e as cadeias de transmissão locais do vírus. Os pesquisadores também estão conduzindo experimentos in vitro na nova linhagem encontrada no Estado, incluindo isolamento viral e investigação sobre neutralização ou não por anticorpos presentes no soro de pacientes infectados e recuperados.

Foi possível, ainda, confirmar a disseminação generalizada da variante E484K na proteína S, que é a mesma mutação do coronavírus identificada no Rio de Janeiro no mês passado.

“Isso é preocupante, pois sabe-se que essa mutação pode estar associada a um escape de anticorpos formados contra outras linhagens do vírus. É mais uma evidência que essas novas linhagens podem causar problemas mesmo em pessoas que já tenham uma imunidade prévia contra o Sars-Cov-2”, afirma Fernando Spilki.

Outro ponto importante foi a identificação da coinfecção, que é uma infecção simultânea por vírus com genomas distintos em um mesmo indivíduo, e que foi encontrada em dois casos clínicos ocorridos no final de novembro. A coinfecção com a variante E484K não havia sido descrita até o momento.

A preocupação é porque a mistura de genomas de diferentes vírus coinfectando o mesmo indivíduo, a chamada recombinação, é um dos fenômenos que está na base da evolução de coronavírus. “Mas, apesar da coinfecção, os dois pacientes tiveram um quadro de Covid-19 de leve a moderado e se recuperaram sem a necessidade de hospitalização”, comentam os pesquisadores, lembrando a importância de se estabelecer medidas de distanciamento social para conter a propagação de novas variantes, potencialmente mais transmissíveis.

Segundo a coordenadora do Laboratório de Bioinformática do LNCC, Ana Tereza Vasconcelos, os dados visam alertar as autoridades sanitárias que estudos sobre a dispersão do Sars-Cov-2 são extremamente importantes para a segurança de todos. Para isso, reitera a importância da constituição de redes de sequenciamento e análises genéticas colaborativas para a realização de vigilância genômica. As informações são da Feevale.

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95% é o percentual de pacientes recuperados do coronavírus no Rio Grande do Sul
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