Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de agosto de 2021
É de conhecimento de todos a possibilidade de cadastrar um número de telefone como chave do PIX. O que muitos talvez não saibam é que este número não precisa ser do Brasil. Só que não é todo banco que está preparado para isso.
O Banco do Brasil agora tem uma opção para usar um DDI na hora de fazer um PIX. Se a opção não é ativada, vai o 55 do Brasil mesmo, e o usuário só precisa digitar a partir do DDD.
O Banco Central (BC) explicou que, “em relação ao número de telefone celular, o padrão usado é o E.164”. O padrão E.164 é internacional e inclui o DDI. Ou seja: o sistema do PIX prevê a utilização de números de telefone estrangeiros, com um DDI que não é o 55.
Apesar de o PIX ser uma iniciativa do BC, a implementação para clientes ficou a cargo de cada banco. Por isso, nem todos oferecem um campo para DDI na hora de digitar o número de telefone de quem vai receber a transferência.
Mesmo entre os bancos em que é possível digitar o DDI, não são todos que concluem a transferência.
Curiosamente, alguns bancos não têm o campo para digitar o DDI, mas permitem fazer PIX por QR code mesmo que ele use um telefone internacional como chave. Isso sugere que o problema é na implementação do campo, mas não do aplicativo ou do sistema bancário.
Por enquanto, os números internacionais podem ser usados, mas só é possível fazer isso em uma conta brasileira, de acordo com a nota do Banco Central. Isso pode ser útil para estrangeiros que ainda não têm um telefone brasileiro ou empresas de fora que querem oferecer serviços por aqui.
No futuro, porém, isso pode mudar. Em outubro do ano passado, o Banco Central fez uma previsão de que seria possível usar o PIX para mandar dinheiro ao exterior até 2023, caso houvesse novas leis cambiais. Em abril deste ano, o tema voltou a ser discutido pelo BC.
Saque e troco
Em um futuro próximo, lojas e estabelecimentos comerciais poderão funcionar como “agências bancárias”, permitindo saque e troco em dinheiro através do PIX. Na quinta-feira (12), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que os donos dos estabelecimento serão remunerados para prestarem esse tipo de serviço.
“Estamos no processo de pensar como isso vai trafegar e quais são os preços. Muito provavelmente, vamos começar numa situação em que o lojista recebe para fazer esse serviço”, disse Campos Neto.
O presidente do BC explicou que qualquer estabelecimento, pequeno ou grande, poderá prestar esse tipo de serviço, desde que tenha uma caixa registradora. Os clientes poderão tanto fazer o saque puro, pagando em PIX e recebendo em espécie, quanto pagar a mais por um produto e receber o troco em dinheiro.
Campos Neto afirmou que essa modalidade vai gerar mais inclusão, sobretudo nas cidades pequenas. “Nessas localidades, a pessoa tem que sair, pegar uma van e ir para outra localidade (para sacar dinheiro). A gente entende que o PIX acabou gerando essa inclusão”, declarou.