Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 27 de julho de 2015
Depois que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rompeu com o governo federal, o Palácio do Planalto aposta na reaproximação com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tentar equilibrar a correlação de forças no Congresso Nacional. Apesar de ter imposto sucessivas derrotas à presidenta Dilma Rousseff no primeiro semestre, Renan está aberto ao diálogo, afirmaram pessoas próximas a ele.
Na Câmara, o governo busca reconstruir a relação com antigos aliados, que romperam na campanha de 2014, como o PSB, e apela para a oposição, pedindo que ela se afaste de Cunha, após a acusação de cobrança de propina em contratos da Petrobras. O peemedebista negou a acusação. Quanto aos partidos da base aliada, o Planalto tenta trazer para a linha de frente deputados que não tenham alinhamento automático com o presidente da Câmara e que possam influenciar dentro da Casa a favor do governo.
Apoio
No Planalto, a avaliação é que Renan não vai radicalizar como Cunha, apesar de ter se comportado como oposição no primeiro semestre. Para justificar sua mudança, Renan quer que o governo faça acenos de mudanças na economia, com medidas para além do ajuste fiscal.
O primeiro passo foi a redução da meta fiscal, anunciada semana passada. Após se reunir com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e senadores do PMDB, o presidente do Senado sinalizou o apoio do partido, na Casa, à medida. Levy e os senadores combinaram discutir, na próxima semana, medidas para reestruturar a economia e dar previsibilidade aos agentes econômicos. Alguns senadores afirmaram que Renan está disposto a ajudar, mas que o governo tem que fazer a sua parte. “Depende mais do governo do que dele. Ele não vai segurar bucha do governo. Não dá para se suicidar”, disse um senador amigo de Renan. (AG)