Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de julho de 2016
A PC (Polícia Civil) pediu a prisão preventiva do proprietário e do gerente da clínica de reabilitação Centro Novos Horizontes, em Arroio dos Ratos, na Região Carbonífera, segundo o delegado Pedro Urdangarin. Outros três funcionários – um supervisor, um coordenador e um monitor – foram autuados em flagrante por homicídio qualificado com dolo eventual, agravado por situação de cárcere privado e omissão de socorro.
Sete pessoas morreram no local, na madrugada desta quinta-feira (21), após um incêndio. Havia 40 pessoas na clínica. Internos, monitores e diretores do estabelecimento foram encaminhados para prestar depoimento. Os dependentes químicos que morreram estavam isolados em uma área gradeada e fechada com cadeado e não conseguiram deixar a unidade. A causa das chamas está sendo investigada.
Secretaria Estadual da Saúde
A SES (Secretaria Estadual da Saúde) informou que não mantém contrato ou convênio com o Centro Novos Horizontes. Também não existe nenhum convênio dessa instituição com a Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas).
Por se tratar de um estabelecimento de baixa complexidade, o alvará sanitário é concedido pelo município, a quem cabe também a fiscalização. De acordo com o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, o prefeito de Arroio dos Ratos, José Carlos Garcia de Azevedo, disse que tanto o alvará sanitário, como o do Corpo de Bombeiros, estão dentro do prazo de validade.
O coordenador da Política de Saúde Mental do Estado, Luiz Coronel, esclarece que as comunidades terapêuticas são estabelecimentos de saúde mental que apresentam resultado na conquista e manutenção da abstinência, problema considerado chave na recuperação clínica deste transtorno.
Segundo Coronel, a desintoxicação de dependentes químicos deve ser feita em ambiente hospitalar, com o devido aparato médico, clínico e de enfermagem necessários para o atendimento competente e seguro para sua recuperação.
A indicação correta para uma boa utilização das comunidades terapêuticas pressupõe a adesão voluntária ao sistema e um forte suporte familiar e comunitário. O coordenador também ressalta que é fundamental no processo de desintoxicação o cuidado médico intensivo, tendo em vista os graves riscos de ordem cardiovascular, neurológico e comportamental que determinam muitas vezes ameaças à vida.