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Rio Grande do Sul Presença do coronavírus em esgotos de cidades gaúchas cresce de acordo com a expansão da pandemia

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Coleta de amostra no arroio Dilúvio, na área central de Porto Alegre.

Foto: Sérgio Louruz/Smams/PMPA/Divulgação
Coleta de amostra no arroio Dilúvio, na área central de Porto Alegre. (Foto: Sérgio Louruz/Smams/PMPA/Divulgação)

O 2º boletim do monitoramento ambiental do coronavírus (Sars-Cov-2) nos esgotos do Rio Grande do Sul apontou uma crescente presença do vírus nas amostras de água coletadas em Porto Alegre e em pontos de Novo Hamburgo e São Leopoldo. A pesquisa é realizada pelo Cevs (Centro Estadual de Vigilância em Saúde), da SES (Secretaria da Saúde), em parceria com universidades e outras instituições relacionadas ao tema.

“O avanço de casos positivos em amostras na capital é coerente com a evolução da pandemia”, afirma Aline Campos, chefe da Divisão de Vigilância Ambiental do Cevs.

Neste momento, estão sendo analisadas amostras de água de estações de tratamento e bombeamento em Porto Alegre, Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Campo Bom. De acordo com Aline, a ideia é tornar este um processo de vigilância ambiental de rotina, nos mesmos moldes como já funciona com a cólera.

“Resultados preliminares mostram que é possível detectar a presença do vírus primeiramente nas águas residuais domiciliares ou hospitalares, mesmo antes de aparecerem casos confirmados da Covid-19 naquele local. Quando detectamos o vírus, sabemos que está circulando naquela região ou bairro”, explica.

Em estudo realizado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro, não foi detectada a presença de vírus potencialmente infecciosos nas amostras. Isso significa ser improvável que as pessoas se infectem com o coronavírus em contato com estas águas, levando em consideração que apenas 26% da população gaúcha tem acesso ao esgotamento urbano. Aline, ressaltou, porém, que são necessários estudos mais amplos a fim de esclarecer melhor o comportamento e sobrevivência deste vírus no ambiente.

Outros resultados preliminares da segunda etapa da pesquisa:

• Das 42 amostras analisadas até o momento, 13 (30,95%) apresentaram presença do vírus e cinco ainda aguardam o resultado;

• Com relação a Porto Alegre, o único ponto de coleta que ainda não apresentou resultado positivo para presença do coronavírus foi na ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Serraria;

• A EBE (Estação de Bombeamento de Esgoto) Baronesa do Gravataí continua apresentando 100% de amostras positivas para presença do novo coronavírus;

• Em relação às primeiras coletas realizadas no rio dos Sinos, uma amostra foi positiva (25%);

• A primeira amostra coletada no município de São Leopoldo apresentou resultado positivo para a presença do vírus.

A professora do mestrado em Virologia da Feevale e uma das coordenadoras do projeto, Caroline Rigotto, ressalta que o grupo já está trabalhando no projeto de expansão da pesquisa. “Estamos pensando em pontos estratégicos, como comunidades em vulnerabilidade social e com deficit de esgotamento sanitário”, afirma, acrescentando que a epidemiologia baseada em esgoto é uma ferramenta que foi bem aceita e, provavelmente, se estenderá a médio e longo prazos, auxiliando no monitoramento e antecedendo surtos isolados.

As amostras de água coletadas de estações de tratamento, de efluentes hospitalares e de pontos de captação de água bruta passam por análise molecular para definir a ocorrência e quantificação do RNA viral do SARS-CoV-2 (coronavírus). Planeja-se estender o monitoramento por 10 meses, permitindo acompanhar a ocorrência e distribuição do vírus ao longo da epidemia e das diferentes sazonalidades.

Aline Campos diz que esse estudo está em andamento também em Minas Gerais, São Paulo e em países como Holanda, Itália e Austrália. Nesses lugares, é possível apontar um aumento da presença do coronavírus nos esgotos conforme cresce o número de casos confirmados da Covid-19 no local, o que vem se confirmando também aqui no Estado. A realidade do Rio Grande do Sul, porém, é bem diversa dessas regiões e deve ser levada em consideração na pesquisa.

A pesquisa é inédita no Estado e conta com parceria de diversas instituições, como Universidade Feevale, UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Fiocruz-RJ (Fundação Oswaldo Cruz), Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental), Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos), Smams (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade de Porto Alegre ), Secretaria Municipal de Saúde de Novo Hamburgo, Comusa (Companhia Municipal de Saneamento de Novo Hamburgo), Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto de São Leopoldo) e Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento).

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