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Geral Problema na lua de mel acaba na Justiça

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Cruzeiro pela costa da Espanha terminou em frustração para o casal Silvio e Gisele. (Foto: Reprodução)

Um cruzeiro pela costa da Espanha – terra dos ancestrais da noiva –, em uma cabine com varanda para apreciar o pôr do sol e brindar o amor à luz da lua, em pleno mês das noivas. Foi assim que Silvio Braun planejou oficializar a união com Gisele Badenes, sua companheira há dez anos, em uma inesquecível lua de mel de sete noites. Mas colocar o plano em prática foi impossível: instalada perto da cabine, a chaminé da enorme embarcação expelia nuvens de fuligem, contaminando pele, cabelos, roupas, cadeiras e a atmosfera de celebração. O jeito foi ignorar a varanda, pela qual pagaram tarifa mais alta, uma diferença de aproximadamente 1.500 reais.

“Meu marido se acomodou na espreguiçadeira e, quando se levantou, a bermuda estava imunda. Então percebemos: mesmo em pé, ficávamos cobertos de pó”, conta Gisele. “Pagamos por uma varanda da qual não pudemos usufruir.” Depois da decepção com a varanda, veio o tratamento dispensado pelos funcionários. O máximo que fizeram foi oferecer a lavagem de uma roupa de graça, lembra Gisele.

“A atendente disse que talvez dessem um jeito de colocar um toldo para que a fuligem não nos atingisse. Mas nada foi feito”, lamenta. “Não tivemos nenhum apoio. Não houve pedido de desculpas. O tratamento foi desrespeitoso. Só disseram que não podiam fazer nada, pois o navio estava lotado e não havia possibilidade de transferência.”

Na volta, o casal procurou novamente a companhia, que prometeu desconto de 30% em um “próximo cruzeiro” – oferta imediatamente descartada. Em seguida, a empresa ofereceu 600 reais como compensação, valor bem abaixo do que foi pago para ter direito à varanda. Nada feito, diz Gisele: “O interessante é que há um aviso, na cabine, com as regras do navio, alertando que, em caso de o hóspede sujar o espaço, pagaria uma multa de 200 euros por dia!”.

A Pullmantur Cruzeiros afirma que entrou em contato com a consumidora lamentando o ocorrido “e colocando à disposição distintas soluções para compensar o incômodo ocorrido durante sua viagem”.

Indenização mais robusta.

Frustrações em viagens especiais tendem a implicar indenização mais alta para quem recorre aos tribunais, conforme especialistas. Essa foi a opção escolhida por Silvio e Gisele, inconformados com o descaso da companhia. Eles tentaram uma conciliação no Juizado Especial Cível, mas não houve acordo.

O juiz Flávio Citro Vieira de Mello, presidente da Primeira Turma Recursal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, já arbitrou situações desse gênero e confirma: “O fato de ser lua de mel agrava o dano e eleva o valor indenizatório”, avalia. Para Marco Antonio Araújo Jr., presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil – seccional São Paulo), isso pode ser levado em conta em ações judiciais: “Há um impacto moral acima do normal, pois é uma viagem com finalidade própria”.

Janaína Alvarenga, advogada da Apadic (Associação de Defesa do Consumidor), faz coro: “O fato de ser lua de mel agrava o dano, pois é uma comemoração especial, uma data única. O fato será usado pelo juízo para majoração do valor da indenização”.

A companhia afirmou ter entrado em contato com Gisele e apresentado “distintas soluções para compensar o incômodo”. Agora, o casal aguarda audiência para julgamento. (AG)

 

 

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https://www.osul.com.br/problema-na-lua-de-mel-acaba-na-justica/ Problema na lua de mel acaba na Justiça 2015-05-25
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