Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 11 de fevereiro de 2020
Procurador (foto) considera que o ex-governador ainda oculta patrimônio e que não apresentou provas suficientes para as investigações
Foto: Roberto Jayme/TSEO procurador-geral da República, Augusto Aras, recorreu nesta terça-feira (11) da decisão do ministro do Supremo Luiz Edson Fachin que, na semana passada, homologou delação premiada do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.
Caberá a Fachin decidir se reverte a própria decisão ou se leva o caso a julgamento no plenário da Segunda Turma, que analisa casos da Operação Lava-Jato, ou para discussão entre todos os ministros da Corte.
O acordo de delação foi firmado com a Polícia Federal em dezembro. O teor da colaboração está sob sigilo. Antes mesmo da homologação, Aras foi contra por considerar que os valores que Cabral se comprometeu a devolver já estavam bloqueados pela Justiça e que o ex-governador não apresentou fatos novos nos depoimentos.
Agora, o procurador disse que há elementos que indicam que Cabral ainda oculta patrimônio e que ele não entregou informações suficientes para colaborar de modo efetivo com as investigações. Aras quer que, caso a delação seja mantida, que o acordo não afete as prisões decretadas contra Sérgio Cabral.
O ex-governador está preso desde outubro de 2016, e foi condenado a mais de 280 anos de prisão pela Justiça. A maioria desses processos está relacionada à operação Lava-Jato. Cabral vem admitindo, desde o ano passado, que recebeu propina enquanto ocupava cargo público. Ele também apontou outros supostos membros da organização criminosa.