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Por Redação O Sul | 4 de agosto de 2015
A produção industrial voltou a encolher em junho e acumulou queda de 6,3% no primeiro semestre do ano, a mais intensa desde 2009, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A baixa confiança dos empresários e dos consumidores, o aumento do desemprego e a queda na renda das famílias pesaram sobre a produção.
Nos seis primeiros meses do ano, os veículos tiveram o principal impacto negativo, com baixa de 20,7%, mas não foi o único setor. Ao todo, 24 das 26 atividades pesquisadas tiveram retração nessa base de comparação. Conforme o IBGE, a indústria brasileira opera 12,2% abaixo do pico histórico, atingido em junho de 2013. Com isso, a atividade atual é comparável a níveis de julho de 2009, em uma clara tentativa de adequar os estoques acumulados à demanda
Em junho ante maio, o recuo foi de 0,3% na série com ajuste sazonal. A queda veio dentro das expectativas dos analistas e foi registrada após uma alta de 0,6% no mês anterior, que foi vista com cautela por analistas e pelo IBGE. De acordo com o órgão, o novo recuo em junho ratificou a avaliação de que o avanço de 0,6% no mês anterior não significava reversão na trajetória de perdas.
O gerente da Coordenação da Indústria do IBGE, André Macedo, destacou que nos últimos dez meses a atividade cedeu em sete, um sinal do menor dinamismo do setor. Em relação a junho de 2014, a produção teve queda de 3,2%, a 16 taxa negativa consecutiva, uma marca inédita na série do órgão, iniciada em 2002.
Apesar disso, o recuo foi menos intenso do que os observados em abril, de -7,9%; e maio, de -8,9%. Mas isso se deveu a dois fatores: efeito calendário e base de comparação mais baixa em função da Copa do Mundo do ano passado. “A queda menor na produção ante junho de 2014 se deveu a efeito calendário. O mês de junho deste ano teve um dia útil a mais. Se não bastasse, há a base de comparação mais baixa, pois em 2014 teve o Mundial de futebol no Brasil, com reduções de jornada de trabalho”, explicou Macedo.
O gerente também notou que houve predominância de perdas na atividade em junho ante maio, com queda em 15 de 24 ramos pesquisados. Mesmo em segmentos que tiveram aumento na produção, Macedo observou que os desempenhos positivos estão concentrados na categoria de bens de consumo semi e não duráveis. (AE)