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Tecnologia Quando seremos Jetsons? Cientistas preveem que robôs pouparão 39% do tempo dos humanos com tarefas do lar

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No desenho animado futurista, a família Jetson tem muitas máquinas para serviços domésticos. (Foto: Reprodução)

Dentro de dez anos, provavelmente você dedicará menos tempo para tarefas domésticas como repor a despensa, tirar o lixo ou passar roupa a ferro. Uma pesquisa de opinião realizada com 65 especialistas em inteligência artificial mapeou quais tarefas domésticas tendem a ser mais facilmente realizadas por robôs no futuro próximo.

Os entrevistados afirmaram que, em média 39% do trabalho doméstico hoje realizado manualmente pode vir a ser robotizado no espaço de uma década e nos aproximar mais do ideal futurista do desenho animado “Os Jetsons”, no qual os lares são superequipados com máquinas e robôs.

O trabalho, publicado na revista científica PLoS One, e liderado pelo cientista Vili Lehdonvirta, foi uma iniciativa da Universidade de Oxford, que possui um centro de estudos dedicado à interação da inteligência artificial com as ciências sociais.

Na opinião dos entrevistados, o tempo hoje gasto com tarefas mais propensas a serem substituídas por robôs são as compras de supermercado. Até 59% das tarefas relacionadas a isso poderiam ser eliminadas por máquinas.

Já existem aplicativos, claro, que encomendam compras de supermercado, mas os especialistas acreditam que ainda há espaço para automação de tarefas como monitorar estoques pessoais de produtos na despensa e escolher quais marcas comprar. O cérebro eletrônico assume essa análise.

O conjunto de tarefas mais difícil de delegar à inteligência artificial, por outro lado, é o daquelas que envolvem cuidados manuais com crianças (trocar fraldas, preparar refeições, providenciar banho etc.). O potencial de tempo a ser economizado por robôs nessa frente é de 21%, segundo especialistas.

Foram selecionados para a entrevista 36 especialistas do Reino Unido e 29 do Japão — ambos os países possuem comunidades de pesquisadores de ponta na área.

Foco 

Segundo os cientistas que conduziram as entrevistas, a ideia do levantamento veio de uma outra pesquisa desse tipo, feita há dez anos. Em 2013, os cientistas americanos Carl Frey e Michael Osborne publicaram um estudo similar, mas voltado a avaliar a capacidade de robôs de substituir profissões. Na época, os dois concluíram que 47% dos tipos de emprego nos EUA estariam sob risco de serem substituídos por robôs.

O trabalho que Lehdonvirta e seus colegas de Oxford e da Universidade Ochanomizu de Tóquio publicaram agora, por outro lado, enfocou apenas tarefas domésticas que tipicamente são trabalho não pago.

“O futuro do trabalho se tornou um tópico importante de pesquisas e de debate político, mas o debate se concentrou inteiramente no trabalho remunerado, embora as pessoas nos países industrializados gastem, em média, quantidades comparáveis de tempo em trabalho não remunerado”, escreveu o cientista com seus coautores.

“Em todas as sociedades, o trabalho doméstico não remunerado é desproporcionalmente realizado por mulheres. No entanto, a maior parte do discurso atual sobre o ‘futuro do trabalho’ se refere apenas ao trabalho remunerado. Que tipo de futuro se imagina para o trabalho não remunerado? Já que os robôs vão roubar nossos empregos, eles poderão pelo menos tirar o lixo para nós?”, perguntam.

A resposta dos especialistas consultados é que existe mesmo uma boa chance de o cuidado com lixo e resíduos domésticos ser automatizado. Isso porque eles acreditam que cerca de 36% do tempo gasto com manutenção da casa e dos carros poderá ser economizado pelos humanos com robôs.

Sociologia da tecnologia

Lehdonvirta reconhece que a abordagem mais “sociológica” para estimar o impacto futuro da inteligência artificial, já que as porcentagens retiradas na pesquisa são uma média das opiniões subjetivas dos consultados. Em alguns casos houve bastante variação, mas as opiniões estavam relativamente bem alinhadas para a maioria dos tópicos.

Os homens britânicos entrevistados, por exemplo, tendem a ser mais otimistas sobre a automação doméstica em comparação com mulheres. Essa tendência foi revertida no Japão, porém, com as mulheres sendo um pouco mais otimistas.

O questionário usado pelos pesquisadores foi cuidadoso em tentar não misturar avanços tecnológicos já existentes, como máquinas de lavar louça, com tarefas domésticas complementares que ainda requerem pessoas, como recolher a louça e posicioná-la na maquina.

Os pesquisadores também sondaram os especialistas sobre o custo aproximado que a automação de tarefas domésticas terá, mas não divulgaram os resultados no estudo ainda. O preço dessa tecnologia, reconhecem, sempre tem início em patamares menos acessíveis, mas tende a diminuir com o tempo. Entender o futuro dessas tecnologias é importante para planejar a economia, dizem os cientistas.

“Considerando que hoje as pessoas gastam em trabalho não remunerado um tempo similar ao de seu trabalho remunerado, as implicações sociais e econômicas desse futuro de trabalho não remunerado podem ser significativas”, escreve Lehdonvirta. “Isso poderia livrar horas adicionais da vida das pessoas para trabalho remunerado e para lazer, especialmente no caso das mulheres, que assumem uma quantidade desproporcional do trabalhão não remunerado na maioria das sociedades.”

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