Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 10 de agosto de 2020
O nível da piora na função erétil de um homem pode estar ligado à quantidade de conteúdo pornográfico consumido, mostra estudo publicado pela Associação Europeia de Urologia divulgado em julho. De acordo com o artigo, 23% dos homens entrevistados com menos de 35 anos tinham algum nível de disfunção erétil ao fazer sexo com outra pessoa.
Para o professor responsável pela pesquisa, Gunter de Win, esse percentual é maior do que o esperado. “Descobrimos que há uma relação significativa entre o tempo de conteúdo pornográfico assistido e o aumento da disfunção erétil com parceiros”, comentou.
“Pessoas que assistem a mais pornô também tiveram maiores níveis na escala de vício a conteúdo pornográfico”, acrescentou de Win.
Esse efeito está relacionado a um dado obtido pelos pesquisadores: apenas 65% dos mais de 3 mil participantes da pesquisa avaliaram que o sexo da vida real é mais estimulante do que conteúdos pornográficos.
O estudo foi feito por meio de questionários on-line difundidos a homens na Bélgica e na Dinamarca que tiveram relações sexuais nas quatro semanas anteriores à reposta às perguntas. O formulário também continha questões sobre a saúde sexual e a função erétil dos entrevistados.
O professor de Win afirmou que em média cada homem assiste a cerca de 70 minutos de pornografia por semana, “normalmente entre cinco a 15 minutos por vez”. Ele pondera, no entanto, que a pesquisa não representa uma amostra completa da população masculina.
“Porém, o trabalho foi feito para observar qualquer relação entre o pornô e as disfunções eréteis, e, dada a grande amostra, podemos estar bem confiantes com os achados”, afirma.
A rede social focada em discussões Reddit tem comunidades dedicadas a homens que largaram o vício em pornografia on-line porque achavam que o hábito estava prejudicando suas vidas.
Comportamento sexual compulsivo
O comportamento sexual compulsivo estimulado pela pornografia é responsável por mais de 80% dos problemas sexuais masculinos, incluindo a disfunção erétil. E as mulheres estão sofrendo com isso e com o fato de que suas reais expectativas no sexo não estão sendo contempladas por esses rapazes iludidos pelos conteúdos pornográficos. “Se os meninos acreditam que a pornografia on-line oferece uma visão realista das relações sexuais, isso pode levar a expectativas inadequadas de meninas e mulheres”, disse Elena Martellozzo, principal autora de uma pesquisa Universidade de Middlesex, na Inglaterra, à BBC.
A boa notícia é que abandonar o vício em conteúdo pornográfico melhora a capacidade do homem de ficar excitado pela intimidade na vida real. Segundo os pesquisadores, o primeiro passo para resolver essa situação é parar de prescrever Viagra, que não atua no aspecto psicológico. É preciso ir à fonte do problema, que muitas vezes tem que ver com o consumo de pornografia, admitir que pode haver um vício e impedir tanto quanto possível o acesso das crianças a esse tipo de conteúdo. As informações são do portal de notícias G1 e da revista Veja.