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Economia Saiba por que a Operação Lava-Jato do Brasil desperta tensão entre bancos na Suíça

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Força-tarefa do Ministério Público nega ter participado de vazamento de informações sobre a Venezuela. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Em escritórios de bancos suíços em Zurique, Genebra ou Lugano, falar de Operação Lava-Jato cria uma mistura de tensão e ansiedade. Não são poucos os gerentes de contas, operadores e representantes de algumas dessas instituições que buscam ativamente informações sobre eventuais processos contra seus bancos. Outros tantos ainda vasculham processos, delações, sites brasileiros e documentos para saber se seus nomes foram citados por delatores, no Brasil ou na Suíça. As informações são do portal de notícias UOL.

Desde o ano passado, procuradores suíços têm feito viagens ao Brasil para colher depoimentos de condenados na Operação Lava-Jato. O objetivo: garimpar nomes de banqueiros, gerentes e esquemas que teriam auxiliado na lavagem de dinheiro.

Em Berna, o momento é conhecido como “a terceira fase” da Lava-Jato suíça. Se numa primeira etapa os inquéritos se concentraram nos indivíduos subornados, a segunda fase focou nas empresas que pagaram a corrupção. Agora, o alvo é o setor que facilitou esse pagamento: os bancos e operadores.

A realidade é que suíços que acolheram centenas de contas de dezenas de pessoas envolvidas na Operação Lava Jato podem ser processados e ser obrigados a pagar indenizações milionárias por sua participação no esquema bilionário.

Pessoas próximas às investigações na Suíça estimam que as autoridades brasileiras teriam a oportunidade de abrir processos nos tribunais do país europeu em busca de uma restituição que seria muito superior ao valor das contas bloqueadas dos suspeitos.

Assim, além de recuperar o dinheiro nas contas bloqueadas, as perspectivas são reais para que o Brasil também acabe recebendo milhões a mais como indenização.

Iniciado em 2014, o inquérito sobre a corrupção no Brasil levou o Ministério Público da Suíça a abrir mais de 60 processos criminais e a congelar mais de US$ 1,1 bilhão. Por enquanto, cerca de US$ 350 milhões já foram devolvidos aos cofres brasileiros.

Mas o dinheiro que voltou se refere unicamente às contas de pessoas que fecharam delações premiadas e, assim, aceitaram entregar suas fortunas. O restante ainda dependeria de uma condenação em última instância dos envolvidos e de um processo longo de repatriação de recursos.

No total, 42 bancos foram identificados no esquema de desvio de dinheiro para contas secretas. Deles, cerca de 25 foram formalmente investigados pela agência reguladora do sistema financeiro da Suíça, a FINMA (Autoridade de Supervisão do Mercado Financeiro, em português).

Chamou a atenção dos investigadores dados coletados dos celulares e computadores de Marcelo Odebrecht, indicando possíveis encontros com Patrick Valiton, na época um dos principais gerentes do banco Pictet. Um dos encontros ocorreu em Genebra, no dia 24 de março de 2014, sete dias depois da eclosão da Operação Lava Jato no Brasil.

Até o início de 2019, quatro bancos haviam sido punidos: Credit Suisse, BSI, PKB e o Banque Heritage. Na última decisão, de 2018, a FINMA concluiu que o banco Credit Suisse falhou no combate à lavagem de dinheiro em casos de corrupção envolvendo a Petrobras.

No total, a Operação Lava-Jato identificou 38 contas no Credit Suisse e seus bancos associados, entre eles, o Clariden Leu. Mas, segundo a FINMA, pelo menos um dos gerentes do banco foi premiado por manter certos clientes, inclusive recebendo um aumento de salário.

Em 2015, por exemplo, o consultor Julio Gerin Camargo, um dos delatores da Operação Lava-Jato, entregou à Justiça Federal os extratos bancários de suas contas na Suíça, por onde passaram US$ 10 milhões destinados ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e ao seu braço direito, o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco, no esquema de corrupção e propina na estatal. Uma das contas usadas estava no Credit Suisse.

O lobista Jorge Luz, apontado como operador de propinas do PMDB, foi um dos envolvidos que também usou do banco. Ele entregou ao então juiz federal Sérgio Moro os nomes de supostos beneficiários de parte dos repasses que fez por meio do uso de offshores no exterior.

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https://www.osul.com.br/saiba-por-que-a-operacao-lava-jato-do-brasil-desperta-tensao-entre-bancos-na-suica/ Saiba por que a Operação Lava-Jato do Brasil desperta tensão entre bancos na Suíça 2019-06-01
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