Sábado, 27 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 31 de agosto de 2015
Em entrevista coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (31), no Palácio Piratini, o governador José Ivo Satori anunciou o parcelamento dos salários dos servidores estaduais relativos ao mês de agosto em quatro vezes. O calendário de pagamento adotado pelo governo inicia com o depósito de 600 reais nesta segunda para todos os servidores.
Uma segunda parcela de 800 reais será depositada até dia 11 de setembro, contemplando nesta data 32% dos servidores, que recebem até 1.400 reais líquidos como vencimento integral. Já no dia 15 está programado o crédito de 1.400 reais, elevando para 67% o percentual do funcionalismo do Poder Executivo com os salários integralizados. A parcela complementar para quem ganha acima de 2.800 reais por vínculo será creditada até o dia 22.
Ao anunciar o escalonamento dos salários, Sartori confirmou um novo atraso no pagamento da dívida do Estado com a União e salientou o esforço que vem sendo feito para buscar o equilíbrio das finanças públicas. “Os gaúchos e gaúchas são testemunhas de que estamos enfrentando um desequilíbrio financeiro. Fizemos a escolha de agir com transparência e responsabilidade. Outros secretários de outros lugares do Rio Grande do Sul nos receberam em caminhadas e colocamos a realidade. É uma segunda-feira muito difícil para todos nós. Temos que comunicar o parcelamento de todo funcionalismo público. Como disse, essa não é uma questão de vontade pessoal, mas é uma questão que se impõe por conta da realidade financeira do Rio Grande do Sul”, disse Sartori.
Pendências
O secretário da Fazenda, Giovani Feltes, salientou que o governo contou com a arrecadação de apenas dez dias para fazer frente às despesas de um mês inteiro. Além do valor para complementar os salários de julho e a parcela atrasada de 263,9 milhões de reais da dívida com a União, a Fazenda precisou destinar 325 milhões de reais para pendências do mês passado com caráter de folha (diárias da Brigada Militar, vale-refeição, consignações e tributos), despesas na área da segurança pública (combustível para viaturas e alimentação para os apenados) e parte do custeio da saúde (73 milhões de reais), além das parcelas da dívida extra limite.
“Nós tivemos um decréscimo expressivo de 100 milhões de reais. Os tributos representam a maior fatia deste 1 bilhão de reais. Recursos vinculados e outras operações representam a totalidade da nossa receita. Vale destacar que após dez anos, pela primeira vez, a nossa receita caiu. O PIB já dá uma demonstração desta situação. A retração econômica impacta na realidade do Estado. Temos queda de receita real”, disse Feltes.