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| “Se nossas cidades fossem mais saudáveis, sofreríamos menos na pandemia”, diz uma urbanista

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Pandemia do coronavírus provoca mudanças urbanísticas no mundo. (Foto: The Well Conference/Reprodução)

A pandemia do novo coronavírus, já provoca mudanças urbanísticas em todo o mundo. Upali Nanda, professora de Arquitetura na Universidade de Michigan, nos EUA, e diretora de Pesquisa da HKS Inc., uma empresa global de arquitetura, chama a atenção para como os problemas que enfrentamos agora poderiam ser menores se tivéssemos investido em um modelo mais saudável de cidade.

Quais mudanças nas cidades estão ocorrendo e tendem a se intensificar por causa da pandemia do novo coronavírus? Já vemos mudanças como aumento de áreas para pedestres, mais ênfase em edifícios saudáveis, especialmente com sistemas de ventilação, o ressurgimento de parques públicos em todas as escalas, como áreas importantes para socialização ao ar livre.

Vemos também investimento em modos alternativos e saudáveis de mobilidade, como as bicicletas e mais locais de trabalho integrados ao meio ambiente.

Qual cidade, país ou região está na vanguarda? O mais recente plano diretor de Milão é definitivamente um bom trabalho. Os estudos e avanços que começam a surgir em Paris, com o projeto de “Cidade a 15 minutos” (que quer criar serviços essenciais a um quarto de hora dos moradores), que foi elaborado antes da pandemia, encaixa-se bem no novo futuro que prevemos.

Essas mudanças podem ser comparáveis a outras dos últimos tempos? Alguns especialistas começam a comparar as mudanças nas cidades às alterações nos protocolos de segurança após os atentados de 11 de Setembro de 2001, que mudou para sempre nosso senso de segurança.

Uma crise global de saúde pública nessa escala nunca havia realmente acontecido antes em nossa memória viva.

Essa consciência de que “sou diretamente responsável pela saúde de meus vizinhos, de meus colegas e de meus amigos” é uma profunda mudança de pensamento.

Um senso maior de comunidade definirá o design das cidades, especialmente porque estamos percebendo que, se nossas cidades fossem mais saudáveis, sofreríamos menos agora. Nosso povo também seria mais saudável.

As cidades concentram serviços de ponta de saúde e educação. Há como oferecer essa infraestrutura em cidades médias ou pequenas? Podemos imaginar que sim. Saúde e educação são os pilares da nossa sociedade. Agora, mais do que nunca, a saúde está valorizada.

Isso significa que cidades de todas as escalas devem estar equipadas para gerenciar as necessidades de saúde de sua comunidade. As grandes cidades ainda podem ter a concentração de serviços hiper especializados.

Porém, a atenção primária e a saúde pública serão, ou deveriam ser, descentralizadas para criar uma base sólida de saúde.

Como essas mudanças podem afetar o mercado imobiliário? Vai haver mais investimento em sistemas de ventilação, com a valorização da ventilação natural, elementos biofólicos (conceito de integração de ambientes com a natureza, para dar mais bem-estar), hiperflexibilidade e agilidade na construção de sistemas, mais ambientes de trabalho naturais.

Algumas mudanças nos escritórios corporativos são inevitáveis. Serão estabelecidos limites de espaço (para evitar aglomerações), maior integração à natureza, acesso à luz solar, mais visibilidade para espaços sociais.

Como ficarão as metrópoles? Haverá um esvaziamento dos centros urbanos? Eu não acredito em um grande esvaziamento. Haverá uma mudança, uma redefinição dos imóveis. Temos que lembrar que as cidades são um microcosmo das sociedades.

Podemos humanizar a cidades, com um foco maior na saúde e no bem-estar. As cidades se adaptarão para promover estilos de vida mais saudáveis.

E a mobilidade urbana, vai haver muita mudança? A mobilidade urbana adotará a micromobilidade em relação ao transporte de massa. O transporte de massa se adaptará, e as pessoas nas cidades exigirão (e receberão) os direitos fundamentais à luz, ao ar e à natureza. Nossas cidades vão respirar novamente.

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