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Mundo Sem Donald Trump na Casa Branca a partir desta quarta, saiba o que muda para o Brasil

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O Brasil viverá mudanças em sua relação com os EUA nos próximos meses. (Foto: Reprodução)

Em março de 2019, o presidente dos EUA, Donald Trump, convidou o filho do mandatário brasileiro, Jair Bolsonaro, para participar de um encontro entre os dois líderes. Mais do que uma quebra de protocolo, a presença de Eduardo no Salão Oval da Casa Branca demonstrava o grau de proximidade pessoal que a família Bolsonaro gozava com o chefe de Estado dos Estados Unidos.

A partir desta quarta-feira (20) quando o democrata Joe Biden assumir a Presidência, a repetição de tal cena se tornará altamente improvável. E essa não é a única mudança que o Brasil viverá em sua relação com os EUA nos próximos meses.

Biden assume com um estilo institucional e uma agenda política oposta à de Trump em aspectos cruciais para os interesses brasileiros. O democrata deixou claro ao longo da campanha que a questão ambiental e climática será prioridade para a gestão. Anunciou que não apenas recolocará os EUA em organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde, como atuará para fortalecê-las. Pregou em favor do uso de máscara e prometeu injetar 100 milhões de vacinas nos cem primeiros dias da gestão. E se comprometeu a alterar a relação do país com a enorme comunidade de imigrantes ilegais.

Além de perder o principal aliado internacional, o Brasil de Bolsonaro está particularmente mal posicionado para a nova relação, afirmam especialistas.

Desde 2019, o País alterou significativamente sua posição histórica no xadrez global e ancorou suas opiniões na agenda de Trump.

Um histórico difícil

“O que existe é um alinhamento até do ponto de vista simbólico, da família Bolsonaro à família Trump. Existe uma relação emocional, além do institucional”, afirma Rafael Ioris, especialista em relações EUA-América Latina da Universidade de Denver, no Colorado, mencionando o relacionamento entre os dois mandatários, Eduardo e o genro e assessor de Trump, Jared Kushner.

Para Ioris, mesmo nos períodos históricos anteriores de maior proximidade entre os dois países, jamais se viu uma identificação tão pessoal entre os presidentes. Bolsonaro fez questão de atrelar sua imagem ao republicano. Disse em diversas ocasiões que torcia pela reeleição de Trump. Mais de um ano antes da disputa nas urnas, em setembro de 2019, em Nova York, Bolsonaro afirmou: “Ele vai ser reeleito no ano que vem”.

Com a derrota de Trump, o Brasil será representado pelo Embaixador brasileiro no país, Nestor Forster, nesta quarta.

Do outro lado, a chapa presidencial democrata composta por Joe Biden e pela vice, Kamala Harris, se mostrou possivelmente a mais crítica a um governo brasileiro na história da relação dos dois países.

“O presidente Bolsonaro precisa saber que se o Brasil falhar na sua tarefa de guardião da floresta Amazônica, o meu governo irá congregar o mundo para garantir que o meio ambiente esteja protegido”, afirmou Joe Biden em uma em entrevista em março de 2020. Sua futura vice escreveu no Twitter em agosto de 2019, a propósito das imagens de queimadas na Amazônia: “O presidente Bolsonaro precisa responder por essa devastação”.

O assunto não ficou esquecido na campanha americana. Biden disse durante um debate com Trump que, se eleito, “começaria imediatamente a organizar o hemisfério e o mundo para prover US$ 20 bilhões (cerca de R$ 106 bilhões) para a Amazônia, para o Brasil não queimar mais a Amazônia”.

A declaração gerou uma resposta imediata e revoltada de Bolsonaro: “Lamentável, Sr. Joe Biden”. Mais tarde, ainda sobre o mesmo episódio, o brasileiro afirmou: “Apenas diplomacia não dá. Quando acabar a saliva, tem que ter pólvora, senão não funciona. Precisa nem usar a pólvora, mas tem que saber que tem. Esse é o mundo”.

Quando o republicano perdeu nas urnas, Bolsonaro ignorou conselhos de interlocutores para evitar comentar o processo eleitoral em andamento e afirmou ter “fontes” de que teria havido fraude eleitoral nos EUA — uma alegação falsa repetida pelo próprio Trump. O Brasil foi o último país do G-20 a reconhecer a vitória do democrata. E após as cenas de invasão do Capitólio por trumpistas terem gerado críticas em todo o mundo e levado Trump a responder seu segundo processo de impeachment, Bolsonaro afirmou que é “ligado a Trump” e que houve “muita denúncia de fraude” na eleição.

O comportamento de Bolsonaro e sua identificação ideológica com Trump não passaram despercebidos por membros da nova gestão. Em 17 de dezembro, dia em que foi indicada para a secretaria de Interior de Biden (cargo equivalente a um ministério), Deb Haaland afirmou, em nota, à BBC News Brasil: “Continuaremos colocando Bolsonaro na fogueira enquanto ele cometer violações dos direitos humanos, seguir no esforço para destruir a Floresta Amazônica e colocar nosso planeta em risco de um desastre climático ainda maior”.

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