Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de julho de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Sentença judicial, envolvendo figuras públicas, é aguardada com muita expectativa. Nenhuma outra, pelo ineditismo, tem tanta repercussão como a da condenação de Luiz Inácio Lula da Silva, vencedor de quatro eleições presidenciais. Nem de longe se compara aos que sofreram impeachment. Fernando Collor deixou o Planalto em 1992, devido ao pagamento de um automóvel Fiat Elba com cheque fantasma de PC Farias. Uma história de criança, comparando com os valores de desvios recentes.
Um capítulo supera o outro
Como a Política virou espetáculo, o presidente Michel Temer, em julgamento na Câmara dos Deputados, deixa a primeira fila do palco.
Motivos
As fotos, mostrando Lula no famoso apartamento da Praia do Guarujá, mais as informações de delatores e a postura soberba na audiência em Curitiba consolidaram a convicção do juiz Sérgio Moro.
Complica
A condenação em 1ª instância não exclui Lula da corrida presidencial. Porém, se a sentença for confirmada pelo Tribunal, estará afastado, criando um cenário difícil para o PT.
Errou o caminho
O juiz Moro impôs ontem ao PT a maior derrota em 37 anos e 5 meses e dois dias de existência. Reerguer-se será o maior desafio do partido que surgiu como agente promotor de mudanças na vida de trabalhadores da cidade e do campo, com a participação de militantes de esquerda, intelectuais e artistas. Chegando ao poder, mandou os escrúpulos às favas. A mistura do público com o privado foi fatal.
Persistência
Se ainda havia os que duvidassem das características do juiz Moro no cumprimento de sua missão, devem ter desaparecido. Às vésperas de completar 45 anos, entra para a História do País. Formado na Faculdade de Direito de Maringá em 1995, ingressou na Justiça Federal um ano depois para uma carreira notável.
Todos no mesmo barco
Opinião da maioria no Congresso: a decisão de condenar Lula abre precedente para que outros políticos investigados tenham o mesmo caminho.
Desagradou
Os editores do site do PT silenciaram sobre a cena orquestrada pela presidente do diretório nacional, senadora Gleisi Hoffmann, que invadiu a mesa diretora e não quis sair. Lideranças concluíram que o partido já tem problemas suficientes. Não precisaria de mais um, diante da certeza de que a reforma trabalhista, objeto do protesto, seria aprovada com larga margem. Ontem, na tribuna, Gleisi indignou-se com a iniciativa de enquadrá-la na Comissão de Ética pelo gesto de terça-feira.
Nada viram
O Tribunal de Contas da União, a 13 de julho de 2007, anunciou a abertura de auditoria para apurar o esquema de fraudes em licitações da Petrobras, revelado pela Polícia Federal. A direção da estatal comunicou que investigações internas não encontraram transgressões. Nem poderiam, pelo se viu depois…
Passeio pelo tempo
Luiz Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola reconciliaram-se em público a 13 de julho de 1987, durante convenção do PDT. Os dois se abraçaram e Lula desculpou-se por ter dito que Brizola pisaria no pescoço da própria mãe para ser presidente da República.
Há 20 anos
O Ministério da Fazenda, a 13 de julho de 1997, autorizou os estados interessados a elaborarem contratos de refinanciamento de suas dívidas com o governo federal. Passados 20 anos, refazem o mesmo caminho, porque os rombos não foram tapados.
Não ajudará
Renan Calheiros fez discurso em defesa de Lula no Senado. Deverá até atrapalhar.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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