Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 3 de julho de 2024
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, saiu de férias e escolheu como como chefe interino da instituição o atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo. O regimento interno do BC dá ao presidente da autarquia o direito de escolher um interino durante suas ausências.
Com a escolha, Gabriel Galípolo, que foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que está cotado para ser o sucessor de Campos Neto, ficará à frente do Banco Central até o dia 19 de julho.
Em declarações públicas, Galípolo vem dizendo que nunca conversou sobre o tema com o presidente da República, a quem cabe indicá-lo para a chefia do BC. Lula, por sua vez, vem elogiando o diretor do BC. O presidente disse que o ex-secretário-executivo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é um “menino de ouro” e “tem toda a condição de presidir o BC”, mas evitou dizer se será o seu escolhido.
As férias de Campos Neto começaram oficialmente nessa quarta-feira (3). Entretanto, Galípolo já estava à frente do Banco Central desde o dia 28 de junho quando o titular da função viajou a Lisboa, Portugal.
Ou seja, por cerca de três semanas, Lula tem no comando do Banco Central alguém que indicou.
Entretanto, Roberto Campos Neto volta do período de férias antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por fixar a taxa básica de juros da economia brasileira, que atualmente está em 10,5% ao ano.
Crítico ferrenho de Campos Neto, Lula já externou por diversas vezes insatisfações com o mandatário do BC, que, na avaliação do petista, “tem lado político” e “trabalha para prejudicar o País”. Campos Neto foi indicado para o Banco Central por Jair Bolsonaro (PL) e tem mandato até o fim deste ano.
Além disso, para o presidente da República, o atual cenário da economia brasileira, com inflação dentro da meta, permite uma taxa de juros menor, o que facilitaria a realização de investimentos no país.
Período mais calmo
Galípolo pode estar interinamente no comando do BC num período mais calmo, caso o governo anuncie nos próximos dias medidas de contenção de gastos para cumprir as regras do arcabouço fiscal neste e nos próximos anos.
Nessa quarta, por sinal, depois das declarações de Fernando Haddad e do presidente Lula, de que seu governo tem responsabilidade fiscal e não vai jogar dinheiro fora, o dólar caiu 1,71%, cotado a R$ 5,56.