Segunda-feira, 09 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2021
Um submarino nuclear de guerra dos Estados Unidos atingiu um objeto subaquático no Mar da China Meridional no último sábado (2), de acordo com dois oficiais de defesa da China. O incidente não causou mortes, mas vários marinheiros a bordo do “USS Connecticut” ficaram feridos, segundo um comunicado da Frota do Pacífico dos EUA.
Ainda não está claro o que o submarino da classe Seawolf — classificação de submarinos nucleares de ataque da marinha de guerra dos EUA — atingiu enquanto estava submerso.
“O submarino permanece em condição segura e estável. A planta de propulsão nuclear do USS Connecticut e seus espaços não foram afetados e permanecem totalmente operacionais”, disse o comunicado. “O incidente será investigado.”
A Marinha dos EUA não especificou que o incidente ocorreu no Mar da China Meridional, apenas que ocorreu em águas internacionais na região do Indo-Pacífico.
Tensão
O incidente aconteceu em meio as tensões entre os EUA e a China que aumentaram com as incursões dos militares chineses na Zona de Integração de Defesa Aérea (ADIZ, na sigla em inglês) de Taiwan.
O submarino estava operando nas águas ao redor do Mar da China Meridional, enquanto os EUA e seus aliados estavam realizando uma grande demonstração de força multinacional na região, conhecida como “Carrier Strike Group 21”.
Navios dos EUA, Reino Unido, Japão, Austrália, Canadá e Holanda, incluindo três porta-aviões, foram vistos treinando na área e nos arredores.
No sábado, cerca de 40 aeronaves militares chinesas, incluindo caças e aeronaves de transporte, entraram no ADIZ de Taiwan, fazendo com que a força aérea taiwanesa agisse enviando jatos e colocando mísseis de defesa aérea para vigiar as aeronaves.
Dois dias depois, a China enviou 56 aeronaves para o ADIZ de Taiwan em 24 horas, o maior número desde que a ilha autônoma começou a divulgar esses números publicamente no ano passado.
“Estamos muito preocupados com a atividade militar provocativa da China perto de Taiwan”, disse o secretário de Estado dos EUA, Tony Blinken, a repórteres em uma entrevista coletiva em Paris na última quarta-feira (6), quando questionado sobre a atividade chinesa.
“Como dissemos, a atividade é desestabilizadora. Há o risco de erro de cálculo e tem o potencial de minar a paz e a estabilidade regional. Portanto, pedimos fortemente a Pequim a cessar sua pressão militar, diplomática, econômica e coerção dirigida a Taiwan”.
Taiwan
Na quarta, o ministro da defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, disse que a China poderia estar pronta para lançar uma invasão “em grande escala” da ilha até 2025, e afirmou que “atualmente eles têm a capacidade” de atacar, mas teriam de “pagar um preço”.
O governo do presidente dos Estados Unidos Joe Biden mudou o foco da política de segurança nacional do país das guerras das últimas duas décadas em relação a Pequim, que tem se afirmado na região e no cenário mundial.
Na quinta-feira (7), a Agência Central de Inteligência anunciou a criação de um novo centro de missão para a China após uma revisão de meses que considerou o país como a maior ameaça de longo prazo para os Estados Unidos.
Um dia antes, o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan encontrou-se com um alto funcionário chinês na Suíça, no que um alto funcionário do governo chamou de “discussão franca, direta e ampla”.