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Geral “Tem noção de quem eu sou?”: mulheres relatam abordagens de juiz em São Paulo

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Marcos Scalercio também é professor do cursinho Damásio. (Foto: Reprodução/Instagram)

O juiz do trabalho de São Paulo e professor Marcos Scalercio, acusado de assédio sexual e estupro, pediu férias nesta terça-feira (16) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Após reportagem do portal de notícias G1, 30 novas mulheres procuraram a ONG Me Too com novos relatos, que levou as dez primeiras queixas ao Conselho Nacional do Ministério Público, com novas denúncias. Além de uma vítima que alega ter sido estuprada pelo professor.

Duas das três mulheres que decidiram levar à frente na Justiça as denúncias de assédio sexual contra o juiz do trabalho relataram detalhes da abordagem.

Uma delas afirmou ter sido impedida de fazer perguntas por Scalercio durante uma audiência por não ter aceitado sair com ele. A advogada diz que era aluna dele no cursinho Damásio em 2014, onde Scalercio dava aulas, e que foi abordada por ele em redes sociais.

O professor começou a oferecer ajuda a ela. “Ele ficava falando de me levar livros até a minha faculdade e um dia simplesmente apareceu. Entrei no carro dele e nós fomos numa cafeteria próxima ao local, quando ele tentou me agarrar”, afirmou.

“Na hora, eu falei que não queria isso, fiquei assustada e me retirei daquele local. Depois ele passou a mandar mensagens nas redes sociais dizendo que a gente tinha que sair juntos. Eu me recusava, e ele falava coisas do tipo: ‘Como você não quer sair comigo, eu sou juiz, você não tem noção de quem eu sou?’. Depois disso, eu bloquei ele nas redes”, completou.

A advogada conta que continuou frequentando as aulas normalmente, e que Scalercio passou a tratá-la com indiferença. Depois de formada, ela afirma que o encontrou em audiências e que teria sofrido retaliações profissionais por parte do juiz.

“Eu estava numa audiência que deveria ocorrer normalmente, onde o advogado faz perguntas, e a parte responde. E todas as perguntas que eu fazia, ele falava: ‘Está indeferido, não vai perguntar nada’. Na época, o cliente até me perguntou o que estava acontecendo, e eu ficava constrangida em responder”, afirmou.

Uma advogada de 29 anos afirmou à TV Globo ter sido estuprada por Marcos Scalercio. A mulher, que prefere não ser identificada, conta que procurou Scalercio para aconselhamento profissional em 2017 e aceitou tomar um café com o juiz que, na época – atuava no Fórum da Barra Funda.

Ela afirma que ele foi encontrá-la com o carro dele, mas ao invés de seguirem para uma cafeteria, o juiz a levou para um motel. “Ele me agarrou com muita força, ele não conseguia tirar minha roupa. Ele teve relações comigo à força e eu fiquei cheia de hematomas pelo corpo.”

Questionada se a relação foi consensual, a vítima nega. “Ele subiu em cima de mim, eu não conseguia tirar ele de cima. Eu falava que não queria, e ele falava coisas do tipo: ‘Calma, você vai gostar, deixa eu te mostrar o que é bom’, e teve uma hora que eu parei de lutar porque não tinha mais forças para tirar ele de cima de mim. Ali a minha vida mudou, eu passei a conviver com medo, me sentia suja, usada e, ao mesmo tempo, que eu tinha causado tudo isso, que não deveria ter ido encontrar ele”, afirma.

A vítima diz também que houve penetração e que o juiz se recusou a usar preservativo. “Ele não parou o que ele estava fazendo e simplesmente se negou e falou: ‘De jeito nenhum, não vou [usar preservativo]'”, afirma.

Defesa

A equipe que defende Scalercio, divulgou nota em que afirma que o juiz “é profissional de reconhecida competência e ilibada conduta pessoal, quer seja no âmbito acadêmico, quer seja no exercício da judicatura”. O comunicado, assinado por Evandro Capano, Fernando Capano e Luciana Pascale Kühl, destaca ainda o arquivamento do processo no TRT por insuficiência de provas.

“É de se esclarecer que a passagem do caso pelo CNJ – Conselho Nacional de Justiça, é etapa natural de qualquer expediente em que se delibera pelo arquivamento no âmbito regional. Não se trata, portanto, de nova investigação, até mesmo porquanto inexistem fatos novos”, acrescenta a nota dos advogados. As informações são do portal de notícias G1 e da Agência Brasil.

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https://www.osul.com.br/tem-nocao-de-quem-eu-sou-mulheres-relatam-abordagens-de-juiz-em-sao-paulo/ “Tem noção de quem eu sou?”: mulheres relatam abordagens de juiz em São Paulo 2022-08-16
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