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Brasil Testemunhas novas podem ser importantes no caso Marielle

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Passeata em homenagem à vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Pedro Gomes. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Depois de reportagem do jornal O Globo revelar o que viram duas testemunhas do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, especialistas afirmam que essas duas pessoas podem ter detalhes importantes para as investigações do caso e, por isso, deveriam ser ouvidas pela Polícia Civil. Localizadas por uma equipe do jornal, até esse domingo elas ainda não haviam prestado depoimento à Divisão de Homicídios, que apura o caso.

Para Leonardo Vizeu, professor de Direito Constitucional da Fundação Getulio Vargas com especialização em segurança pública, o tempo transcorrido desde o crime “não é um fator relevante” diante de testemunhas que possam ajudar a polícia a solucionar o caso:

“Elas devem ser ouvidas, até para saber se têm informações importantes ou só corroboram a linha de investigação que já está em curso. Se elas têm, por exemplo, um novo trajeto dos criminosos, podem levar a novos elementos, como outras filmagens. Por se tratar de um crime de tamanha repercussão, não se pode eliminar qualquer possibilidade.”

As testemunhas contaram ao jornal que viram o momento em que um Cobalt, onde viajavam os criminosos, fechou o carro branco onde estavam Marielle e Anderson. O passageiro sentado no banco traseiro do Cobalt abriu a janela, cujo vidro tinha uma película escura, sacou uma pistola de cano alongado e atirou. O som da rajada soou abafado, como se a arma tivesse um silenciador. Numa manobra arriscada, o veículo do agressor deu uma guinada e fugiu pela Rua Joaquim Palhares, cantando pneus. Essa informação difere do trajeto apurado no inquérito até o momento.

Ainda de acordo com as testemunhas, policiais militares do 4º BPM (São Cristóvão) chegaram ao local e ordenaram que todos se afastassem, com exceção da sobrevivente do veículo atacado. Alguns agentes teriam sugerido que todos fossem para casa. De acordo com Rafael Barcia, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Rio, o protocolo a ser seguido pela PM, nesses casos, é preservar a cena do crime e procurar não interagir com possíveis testemunhas, o que não inclui aconselhar que elas deixem o local. O trabalho de arrolar depoimentos, destaca ele, deve ser feito pela Polícia Civil:

“A Polícia Civil é quem chega no local e arrola as testemunhas. A PM, no protocolo, não deve dispensar ninguém. Não é ela que investiga. Os PMs que chegam primeiro devem preservar o local.”

Procuradas, as polícias Civil e Militar e a Secretaria de Segurança não responderam às perguntas feitas pelo Globo.

O advogado Breno Melaragno, presidente da Comissão de Segurança da OABRJ, diz que, se presenciaram o crime, o depoimento dessas duas pessoas pode conter informações relevantes:

“Cabe à autoridade policial avaliar essa importância. Em regra, se elas viram parte do crime ou o momento posterior, seriam testemunhas importantes. Às vezes, um detalhe é crucial na investigação.”

O coronel José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública, também defende que as testemunhas deveriam ser ouvidas pela Polícia Civil, porque “nunca é tarde demais para coletar informações relevantes”:

“Toda investigação é um quebra-cabeça que depende de reconstituição dos fatos. Umas peças vão se encaixando com outras. A polícia tem que ir atrás das testemunhas, não pode ficar esperando ser procurada. Quanto mais elementos, mais o quebra-cabeça se forma. O problema da passagem do tempo é que as provas vão evaporando. E, quanto mais o tempo passa, mais as pessoas têm medo de falar.”

 

tags: polícia

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