Quinta-feira, 26 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 2 de março de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
No dia 16 de junho de 2015, o multimilionário Donald Trump, de 69 anos, anunciou ser candidato na corrida pela Casa Branca. Consultei meus botões e concluí que ele seria um fenômeno tal e qual Fernando Collor no Brasil. Não se trata de comparações ou semelhanças entre os personagens. Não. Mas, o fenômeno! A aparição de um personagem com trejeitos e discursos que vão ao encontro absoluto das decepções da massa ignara. Aqui no Brasil, ainda no governo dos militares, tivemos o Ministério da Desburocratização o qual revelando as entranhas do poder em seus serviços públicos, transformou os funcionários públicos em principais inimigos de uma grande nação.
Na esteira da demonização dos serviços e funcionários públicos, foi sendo gestado o discurso que elegeria um ilustre desconhecido filho de políticos de carreira, milionário e afilhado a Rede Globo no nordeste. O caçador de marajás, jovem, dinâmico, com um discurso contra a velha fórmula de fazer política caiu como uma luva apaixonando milhões de órfãos de um tempo que jamais existiu no Brasil, salvo nos sonhos de uma excelente propaganda oficial. Collor ofereceu o que o povão queria. Trump também. Repito não se trata de comparar um com o outro enquanto pessoas, mas, sim a oportunidade dos personagens que encarnaram.
O multimilionário Donald Trump prometeu que, como presidente, buscará restaurar a grandeza dos Estados Unidos. “Estou oficialmente na corrida pela presidência dos Estados Unidos, vamos fazer nosso país grande de novo”, assinalou Trump em um pronunciamento na torre tem que seu nome, na Quinta Avenida de Nova York. Segundo a AFP, Trump criticou energicamente os dirigentes americanos, “todos estúpidos”, segundo ele, e “controlados pelos lobbys e os interesses pessoais”. “Nosso país tem problemas de verdade. Nossos inimigos estão cada vez mais fortes e nós, mais fracos”. Muitos dizem que uma das principais vantagens dele é não ser um político profissional. Trump tem reforçado essa diferença em relação a seus competidores. Em outubro, ele afirmou: “Não sou um político. Políticos mentem”. Além de empresário, ele é conhecido principalmente por ter sido o produtor e apresentador do programa “O Aprendiz”, criado em 2003. Copiado aqui por Roberto Justus.
“O sonho americano está morto. Mas, se vencer, o construirei de novo, maior e melhor que nunca”, afirmou perante centenas de pessoas, que na ocasião cantaram “Queremos Trump” ao longo dos 45 minutos que durou seu discurso, de acordo com a EFE. Trump também falou sobre sua fortuna, estimada em US$ 8,7 bilhões, e disse que ela permitirá que ele não peça dinheiro para sua campanha e, consequentemente, não se comprometa com interesses alheios. “Não preciso do dinheiro de ninguém. Vou usar meu próprio dinheiro, porque sou realmente rico”. Lançou duras críticas aos imigrantes mexicanos e assegurou que, se chegar à Casa Branca, construirá um “grande, grande muro” na fronteira sul e fará com que o México pague. “O México não é nosso amigo, trazem drogas, crime, são estupradores”, opinou. Boa parte de seus eleitores se diz cansada com o establishment político de Washington, que para muitos se distanciou das necessidades dos americanos comuns.
Donald Trump apresenta uma postura bem mais nacionalista, colocando a imigração clandestina como uma das suas prioridades. Ama os evangélicos, os Beatles e até os muçulmanos. Mesmo dizendo que vai proibi-los de entrar nos Estados Unidos. A imprensa? Trump quer processar. A começar pelo New York Times. No primeiro debate entre os candidatos republicanos os jornalistas relembraram algumas das tiradas mais midiáticas do candidato. “Apelidou mulheres de que não gosta de gordas, porcas, cadelas, patetas e animais nojentos”, relembrou a apresentadora. Ele com a mesma cara de pau, diz: “Eu amo as mulheres”. Promete tirar as fábricas da China, mas jura que ama o país. Defende-se dizendo que não tem tempo para ser politicamente correto. “Para ser franco, este país não tem”, atirou ainda. Em um cenário, mais próprio de uma ficção apocalíptica centrada na Casa Branca tão distante de House of Cards como esta foi de West Wing: em caso de guerra ou crise económica profunda, o Presidente Trump poderia invocar poderes de emergência e transformar Washington num antro de loucura política totalmente imprevisível.
Trump admite continuar o espetáculo mesmo sem apoio republicano “Podia dar um tiro em alguém e não perdia votos”, afirma. Como nos EUA o voto não é obrigatório, o resultado é imprevisível. Faço aqui uma leitura livre sem qualquer cientificidade, fruto da leitura e reprodução de muitas fontes na Internet. Espero sinceramente que vença Hillary Clinton. Mas, que Trump tem “cheiro” de Collor? Ah! Lá isto tem! Que Deus ilumine os eleitores do Tio Sam!
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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