Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 24 de abril de 2022
Representantes do governo da Ucrânia afirmaram que os secretários de Estado, Antony Blinken, e de Defesa, Lloyd Austin, estão na capital do país para uma reunião com o presidente Volodymyr Zelensky. A viagem, a primeira de integrantes do alto escalão de Washington ao país desde o início da guerra, é vista como uma oportunidade para Kiev incrementar os pedidos de ajuda, especialmente militar, para lidar com a invasão militar russa.
“Os americanos estão em Kiev hoje. Neste momento estão falando com o presidente”, afirmou, em entrevista pela internet, Oleksy Arestovich, conselheiro de Zelensky. A Casa Branca não se pronunciou sobre a viagem.
Nas últimas semanas, com a redução dos ataques russos contra Kiev e a mudança da estratégia de ataques para o Leste ucraniano, vários líderes estrangeiros foram à capital do país para prestar apoio a Zelensky, e a ausência de americanos na lista de convidados parecia incomodar as autoridades locais.
No começo do mês, Joe Biden sugeriu, em uma resposta informal a um repórter, que estava planejando uma viagem a Kiev, mas a própria Casa Branca rejeitou tal possibilidade.
“Não há planos para o presidente ir. Me deixem reiterar isso”, disse a porta-voz, Jen Psaki.
Em entrevista à NBC, um assessor de Zelensky, Ihor Zhovkva, disse que o presidente ucraniano pediria aos representantes dos EUA o envio de mas armas, como sistemas de defesa aérea, além de blindados e tanques. Na semana passada, o governo americano anunciou um novo pacote de ajuda de US$ 800 milhões, que incluía novos blindados, drones e equipamento de artilharia — segundo o Pentágono, desde o início do conflito, Washington forneceu mais de US$ 3,4 bilhões em ajuda a Kiev. No sábado, ao anunciar a visita, Zelensky afirmou que estava “agradecido” pelo apoio dos EUA.
A Ucrânia vem intensificando seus pedidos de armamentos junto a aliados, especialmente de sistemas de defesa aérea, artilharia e aeronaves — a Polônia chegou a colocar sua frota de MiGs-29 à disposição dos ucranianos, mas os EUA não se dispuseram a transportar os caças para o país. Contudo, várias nações, enviaram peças para reparar os aviões já usados no conflito.
“Enquanto não pudermos contra-atacar, haverá uma “nova Bucha” todos os dias”, declarou Arestovich, se referindo à cidade onde as forças russas teriam cometido um massacre contra a população civil. “Os representantes americanos não viriam até aqui se não estivessem dispostos a doar [armas].”
Também neste domingo, o governo ucraniano sugeriu a realização de uma rodada especial de negociações para tratar do destino dos civis que ainda estão em Mariupol, um dos mais ferozes fronts do conflito. Em declarações gravadas em vídeo, Arestovich afirmou que a ideia central é acertar o estabelecimento de corredores humanitários para a saída de civis e a retirada dos militares e milícias que estão na usina siderúrgica Azovstal, último foco de resistência na cidade.
Segundo militares ucranianos, os bombardeios russos estão cada vez mais intensos, e a situação na área está se deteriorando rapidamente.
“Estamos sofrendo baixas, a situação é crítica, temos muitos homens feridos, alguns estão morrendo”, disse Serhiy Volyna, comandante de uma das brigadas ainda em Mariupol.
A Rússia, que se considera no controle total da cidade, ainda não respondeu.