Quinta-feira, 31 de outubro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de junho de 2015
Usuários que tiverem imagens íntimas divulgadas sem autorização –prática conhecida como “revenge porn” ou “pornografia de vingança”– poderão pedir ao Google que o conteúdo seja removido de seu sistema de busca.
Isso não significa que sites desse tipo não existirão mais, e sim que será mais difícil encontrá-los.
“Nossa filosofia sempre foi de que buscas deveriam contemplar toda a internet”, publicou o vice-presidente sênior do Google Search no blog da empresa, na semana passada. “Mas imagens de ‘revenge porn’ são extremamente pessoais e prejudiciais emocionalmente, e servem apenas para degradar as vítimas –em sua maioria mulheres.”
Com a nova política, funcionará assim: a vítima ou um representante preencherá um formulário (que será disponibilizado em algumas semanas) e informará quais endereços eletrônicos devem ser removidos das listas de pesquisa do Google.
A partir daí, a empresa vai avaliar o pedido, verificar se é mesmo aquela pessoa nas imagens e eventualmente fazer a retirada.
O critério para a exclusão será “imagens e vídeos de nudez ou conteúdo sexual explícito”, mas o modo como esse material será analisado não foi divulgado, já que o formulário ainda está em fase de testes.
E a remoção só será feita quando houver um pedido formal porque, segundo assessoria da companhia, “o Google não é juiz” para determinar quando a divulgação da imagem foi consentida ou não.
“Nós sabemos que isso não resolverá o problema do ‘revenge porn’ –não podemos, é claro, remover essas imagens dos próprios sites–, mas esperamos que cumprir esses pedidos ajude”, escreveu o representante da empresa.
O Google não foi o primeiro a tomar uma medida contra a divulgação de imagens sexuais sem autorização. Em março, o Twitter também mudou suas regras para banir a prática.
“Você não pode publicar fotos íntimas ou vídeos que tenham sido feitos ou distribuídos sem o consentimento da pessoa que aparece neles”, diz agora uma das linhas dos “Limites de Conteúdo e Uso” do site.
Diferentemente do Google, no caso do Twitter apenas a vítima ou seu representante legal podem fazer o pedido de remoção à companhia.
Aqueles que postaram o conteúdo – e inclusive os que o compartilharem – também podem ter suas contas bloqueadas.