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Política Veja como se defender das informações falsas sobre políticos, que serão a marca da corrida eleitoral deste ano

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Duas recentes fake news: a homenagem do Ministério da Educação a Pabllo Vittar e a candidatura de Suzane von Richthofen: longe da realidade, mas compartilhadas por milhares de pessoas. (Foto: Reprodução)

Com o slogan “Em defesa da família”, Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais em 2002, aparece como candidata a deputada federal pelo PT. Já outra montagem mostra a cantora Pabllo Vittar sendo homenageada pelo ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM). Ambas as publicações são falsas, mas ganharam milhares de compartilhamentos e críticas negativas em grupos conservadores, como os que defendem a volta da ditadura. O que essas notícias têm em comum? São chamadas de fake news, que se intensificam em períodos eleitorais.

“O termo diz respeito a sites e blogs que publicam intencionalmente notícias falsas ou simplesmente manipuladas, com a intenção de ajudar ou combater algum alvo, normalmente político”, explica Luciano Pires, especialista em internet. Na sua web rádio, Café Brasil, ele faz sucesso discutindo assuntos diversos e divulgando o que chama de “Teoria das Quatro Rês”. Nela, ensina filtros para identificar as fake news: “Informações sem relevância, distribuídas por gente sem responsabilidade, recebidas sem reserva, ganham grande ressonância”, afirma. E completa: “A fake news é uma notícia que não é totalmente mentirosa. É uma informação com pontos de verdade que deixam você confuso. O melhor combate é ter senso crítico e não compartilhar sem checar”.

Segundo um profissional de comunicação de marketing digital de campanhas, que pediu para não ser identificado, haverá uma explosão de fake news na véspera da próxima eleição. “O momento agora é de construção de sites falsos, onde vão ser plantadas essas notícias. A partir dessas plataformas, elas serão distribuídas para o Facebook, inclusive de forma paga, ou pelo WhatsApp”, explicou.

Os “robôs” ajudam nessa tarefa. são programas que realizam postagens automáticas nas redes sociais e elevam a temperatura de um assunto, condicionando as pessoas a debaterem a respeito. Na China, por exemplo, já foi descoberta uma “Fazenda de Cliques”, onde uma pessoa conseguia controlar dezenas de celulares de uma só vez. Assim, um único clique feito em uma publicação se multiplicava.

O professor da Fundação Getúlio Vargas Amaro Grassi estuda o comportamento das redes sociais em campanhas políticas. Com sua equipe, desenvolveu uma metodologia que apontou a forte presença dos robôs em período eleitoral e, com isso, a polarização das discussões políticas. “Para se ter uma ideia, durante o julgamento do Lula, concluímos que 10% das interações nas redes sociais eram feitas por robôs”, disse. “Em alguns casos, uma posicionamento aparecia em 100 perfis diferentes do Twitter, com os mesmos erros de português. São perfis falsos, controlados por robôs”, disse.

Risoletta Miranda, diretora de Mídias Digitais da agência de comunicação FSB afirma que as fake news podem acabar com a reputação de um candidato e, com isso, influenciar decisivamente a intenção de voto. “A tecnologia faz com que a notícia falsa se propague de maneira exponencial. É muito danoso para a reputação. É essencial se combater as fake news”. Para isso, ela aconselha os políticos a criar em suas páginas pessoais um espaço somente para desmentir as notícias falsas.

Notícias falsas viralizam mais

As informações falsas têm 70% mais chances de viralizar que as notícias verdadeiras e alcançam muito mais gente, de acordo com cientistas do Instituto de Tecnologia de Masachussetts (MIT, na sigla em inglês), dos Estados Unidos. A pesquisa foi publicada na quinta-feira, na revista Science.

Os cientistas analisaram todas as postagens que foram verificadas por seis agências independentes de checagem de fatos e que foram disseminadas no Twitter desde 2006, quando a rede social foi lançada, até 2017. Foram mais de 126 mil postagens replicadas por cerca de 3 milhões de pessoas.

De acordo com o estudo, as informações falsas ganham espaço na internet de forma mais rápida, mais profunda e com mais abrangência que as informações verdadeiras. Cada postagem verdadeira atinge, em média, mil pessoas, enquanto as postagens falsas mais populares aquelas que estão entre o 1% mais replicado atingem de mil a 100 mil pessoas.

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