Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 12 de outubro de 2020
Cantora lança álbum "Universo Invertido" e diz que trabalho é reflexo de caminho de autoconhecimento e crescimento espiritual
Foto: Hyan Pereira/ DivulgaçãoWanessa entrou 2020 com planos definidos: comemorar as duas décadas de carreira com um álbum especial e fazer uma turnê pelo País. Mas, apesar da pandemia de coronavírus ter modificado seus projetos, a cantora de 38 anos está entregando esta semana aos fãs um novo trabalho, Universo Invertido, 12 faixas em que, como ela mesma diz, mostram as diversas versões de uma Wanessa que, no últimos tempos, vem se redescobrindo com a ajuda da terapia. “É a história do meu processo de cura e de autoconhecimento como mulher”, conta.
O caminho foi iniciado há cerca de um ano. “Comecei a entrar em uma movimentação de terapia e busca espiritual. Quando veio a quarentena, eu já estava quietinha”, conta ela, que assim como o marido, o empresário Marcus Buaiz, e os dois filhos do casal, José Marcus, de 8 anos, e José Francisco, de 5, teve Covid-19. “Foi logo no começo de março, a gente achou que era gripe. Mas depois tivemos IgG (teste que detecta os anticorpos produzidos a partir do contato com o vírus) positivo e mais outra confirmação”, lembra Wanessa.
Como já tinha músicas produzidas, mesmo sem poder gravar clipes como gostaria, ela decidiu apresentar às pessoas os seus “universos”. “Todos esses fragmentos são parte do autoconhecimento pelo grau de consciência que venho adquirindo”, diz a cantora, que já tinha feito terapia em outras ocasiões.
“A minha escolha de fazer [de novo] foi uma escolha de ‘quero ser feliz e viver uma vida muito incrível’. Aí quando você percebe que tem crenças limitantes, paradas, doentes e que você precisa curar feridas, crenças e se libertar, não existe um processo em que não tenha que olhar para dentro”, explica.
Wanessa relata que, na prática, foi descobrir o que realmente queria e não o que ouviu a vida inteira como objetivos que deveria almejar. “A gente vive no automático para cumprir o que nos ensinaram sobre ser feliz e dar certo na vida. Então a gente tem que ter trabalho, constituir uma família, comer bem… Tem uma cartilha pronta e não temos a oportunidade nessa criação, nessa cultura, de descobrir quem somos e questionar as coisas”, afirma.
Essa busca, a cantora lembra, veio quando leu “O Apanhador no Campo de Centeio”, de J.D. Salinger – e nem sempre foi fácil. “É um processo muito doloroso em que você tem que se descontruir e que muitas vezes não é entendido por quem tem ama. Você se sente muito sozinha, mas estou vendo um mundo completamente diferente”, analisa Wanessa, que acredita que tudo tem seu tempo. “Quando os ouvidos do aprendiz estão prontos, o mestre chega”, afirma.
Wanessa faz questão de contar que toda essa jornada por autoconhecimento tem como objetivo ser uma pessoa melhor, acabando por encontrar o amor, inclusive o próprio. “Todos nós buscamos a validação alheia porque a gente expressa amor pelo próximo e precisa dele. Mas você não consegue ter amor verdadeiro sem ter o amor próprio. Estou mais consciente disso, o que já é libertador e me faz buscar esse amor todos os dias. A música tem me ajudado”, diz.