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Geral A polícia chinesa está instalando um software espião em smartphones de pessoas comuns mesmo que esses cidadãos não sejam suspeitos de nenhum crime

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A iniciativa sugere que a polícia chinesa está usando técnicas de vigilância altamente invasivas. (Foto: Freepik)

A polícia chinesa está instalando um software espião de coleta de dados em smartphones de pessoas comuns durante vistorias de rua aleatórias, mesmo que esses cidadãos não sejam suspeitos de nenhum crime, segundo revela uma nova pesquisa. A iniciativa sugere que a polícia chinesa está usando no restante da China técnicas de vigilância altamente invasivas, semelhantes às adotadas na tensa região ocidental de Xinjiang.

O aplicativo de smartphone, chamado MFSocket, dá acesso a arquivos de imagens e áudio, dados de localização, históricos de chamadas, mensagens e à agenda e aos contatos do telefone, incluindo os usados no app de mensagens Telegram, disse o pesquisador de segurança francês Baptiste Robert.

O aplicativo MFSocket é instalado conectando o telefone a um computador. O software, então, abre uma porta que permite que os dados do aparelho sejam extraídos, disse ele. A medida chama a atenção para o quanto a China está intensificando o investimento em seu chamado “Estado de vigilância”, num momento em que o Partido Comunista, sob a direção do presidente Xi Jinping, endurece o controle sobre dissidentes.

Por quase dez anos, a China gastou mais em segurança interna do que em seu orçamento bélico, já considerável, injetando recursos numa ampla rede de câmeras e de aplicativos que empregam inteligência artificial e computação na nuvem para identificar e rastrear a população chinesa, de 1,34 bilhão.

Usuários chineses de internet reclamaram “on-line” da instalação, pela polícia, do aplicativo MFSocket em seus smartphones — por vezes durante interações cotidianas, como vistorias de segurança no metrô — numa série de ocorrências recentemente documentadas por Xiao Muyi, uma das editoras da revista “on-line” ChinaFile.

Em janeiro, um usuários disse no conhecido site de avaliações e reclamações sobre produtos Douban.com que a polícia tinha instalado o aplicativo no seu aparelho, de acordo com o registro de smartphone. Isso ocorreu quando o usuário foi detido por autoridades locais, por pouco tempo, por compartilhar um artigo jornalístico de um veículo proibido na China.

Edward Schwarck, doutorando da Universidade de Oxford que estuda segurança pública chinesa, disse que o uso do aplicativo MFSocket indica que a polícia tenta fazer a transição para o policiamento “baseado na inteligência” – que visa prever atos ilegais antes de sua ocorrência. “O resultado final é que o Estado de segurança está ficando muito mais resistente. Eles não apenas deixaram de se limitar a reagir a ameaças, mas as estão esvaziando”, disse Schwarck.

Essa tática é semelhante aos métodos de vigilância usados pela China em Xinjiang, onde, segundo analistas, cerca de 1,5 milhão de chineses muçulmanos estão detidos em campos de internamento.

Em pesquisa paralela divulgada nesta semana, a empresa de cibersegurança Cure53, de Berlim, em colaboração com o canal de tecnologia, ciência e cultura Motherboard e com os jornais “Süddeutsche Zeitung”, “The Guardian”, “The New York Times” e a emissora alemã NDR, descobriu que a polícia chinesa também está instalando software invasivo de extração de dados em telefones na fronteira entre Xinjiang e a Ásia Central.

O software é instalado nos smartphones de turistas e comerciantes estrangeiros que cruzam a fronteira e coleta dados como históricos de chamadas, mensagens de texto e contatos, que são carregados para um servidor da polícia local, segundo a Cure 53.

O aplicativo, chamado Fengcai ou BXAQ , também coteja os arquivos dos telefones com uma lista de mais de 70 mil arquivos “proibidos” e “parece ter sido usado subrepticiamente – instalado, usado e desinstalado numa única sessão”, disseram os pesquisadores.

O pesquisador em segurança Robert afirmou que o aplicativo MFSocket é, quase certamente, desenvolvido pela empresa chinesa de perícia criminal eletrônica Meiya Pico, com base em certificados que acompanham o software.

Nem a Meiya Pico nem o departamento de segurança pública da China deram retorno a solicitações de comentários.

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