Terça-feira, 01 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de julho de 2019
A polícia francesa lançou uma operação de busca na sede corporativa da Renault em Boulogne-Billancourt, perto de Paris (França), o que uma fonte jurídica disse ter relação com uma investigação em andamento que envolve o ex-presidente da empresa Carlos Ghosn e o uso do Palácio de Versalhes para a festa de casamento do executivo em 2016. As informações são da agência de notícias Reuters.
A revista L’Express informou no início desta quarta-feira (3) que a motivação da busca era o caso Ghosn, que enfrenta acusações de irregularidades financeiras. Ghosn negou quaisquer comportamentos inadequados e foi solto sob fiança após ser preso no Japão.
A revista acrescentou que autoridades francesas estavam investigando uma recepção de casamento ocorrida no Palácio de Versalhes em 2016 para comemorar a união entre Ghosn e sua segunda esposa, Carole, e uma fonte jurídica confirmou essas informações à reportagem.
A Renault confirmou que a polícia estava revistando suas instalações, mas recusou comentar sobre a motivação da busca.
“A Renault confirma que uma busca conduzida pela polícia está em andamento em sua sede em Boulogne-Billancourt e a Renault está cooperando integralmente com as autoridades”, informou a empresa, acrescentando que não faria comentários posteriores sobre o assunto.
Neste ano, a Renault afirmou que havia encontrado evidências de que havia pago parte dos custos do casamento de Ghosn, adicionando que isso se desdobraria em uma investigação para os procuradores.
A festa de Ghosn em Versalhes, ocorrida em outubro de 2016, já havia atraído atenção do público pela imponência e pelas vestimentas inspiradas em Maria Antonieta.
Visibilidade ao caso
No último sábado (29), a mulher do presidente deposto da Nissan, Carlos Ghosn, novamente recorreu aos líderes mundiais, que se reuniram no Japão para a cúpula do G20, para tentar dar visibilidade ao caso do marido, que enfrenta denúncias no país por supostas irregularidades financeiras.
Ghosn, com nacionalidades francesa, libanesa e brasileira, nega as acusações e afirma ser vítima de um golpe do conselho da Nissan Motor. Embora tenha sido solto da prisão sob pagamento de fiança, seu contato com a esposa continua limitado.
Carole recorreu aos líderes, inclusive o presidente norte-americano, Donald Trump, e o presidente francês, Emmanuel Macron, a cobrarem o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, pelo que ela várias vezes chamou de “sistema judiciário sequestrador” do país.
“Os direitos humanos básicos do meu marido foram violados. E tudo isso aconteceu porque algumas pessoas na Nissan estavam trabalhando para evitar uma fusão entre a Nissan e a Renault, que resultou em um golpe corporativo”, disse ela, em um comunicado.
Seus comentários chegam um dia depois de Ghosn cancelar abruptamente o que teria sido sua primeira entrevista coletiva desde a prisão, em Tóquio, em novembro. Seus advogados citaram preocupações de que isso resultaria em retaliações das autoridades japonesas.