Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 31 de março de 2019
A Rússia voltou a defender neste sábado, 30, a presença de seus militares enviados nos últimos dias para a Venezuela e recomendou que os Estados Unidos deixem de “ameaçar” o país caribenho, que passa por uma profunda crise política e social.
“Nós recomendamos aos Estados Unidos que deixem de ameaçar a Venezuela, de asfixiar sua economia e de empurrar o país para um guerra civil ao violar abertamente o direito internacional”, disse a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, em comunicado.
“Fazemos um chamado a todas as forças políticas venezuelanas que coloquem os interesses de sua pátria acima de suas próprias ambições para dialogar”, completou Maria.
Os EUA advertiram a Rússia na sexta-feira contra o envio de militares para a Venezuela em apoio ao presidente Nicolás Maduro, considerando essas ações uma “provocação” e reafirmando sua determinação de defender seus interesses e de seus parceiros na região.
“A Rússia indicou claramente o objetivo da ida de especialistas para Caracas. Trata-se de um ‘contingente militar'”, respondeu, ainda na sexta, a porta-voz de Moscou.
O Kremlin pediu nesta semana que Trump não interfira nos assuntos bilaterais entre Venezuela e Rússia, afirmando que os russos atuam dentro do marco de acordos e contratos firmados por Moscou e Caracas.
A Rússia e a Venezuela assinaram em 2011 um, acordo de cooperação militar que prevê a venda de armamento russo a Caracas financiados por uma linha de crédito aberta por Putin para o chavismo.
Jornada de trabalho
O governo da Venezuela decretou, neste domingo, a redução da jornada de trabalho e a suspensão de aulas devido ao agravamento dos apagões que se acentuaram no país petroleiro desde 7 de março.
“Para conseguir consistência na prestação do serviço elétrico, o governo bolivariano decide manter suspensas as atividades escolares e estabelece a jornada de trabalho diária até as 14h00 em instituições públicas e privadas”, informou o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, em declarações transmitidas pela televisão pública.
Protestos
O som de panelas irrompeu neste domingo em várias zonas de Caracas, em protesto contra os consecutivos apagões na Venezuela desde 7 de março, levando milhões de venezuelanos à angústia e ao desespero.
“Novamente um apagão nacional está afetando nossa qualidade de vida, não temos água, não temos luz, não temos internet, não temos telefones, estamos incomunicados, chegamos à pior situação que podíamos imaginar”, disse à AFP Joaquín Rodríguez, advogado de 54 anos, que participou de um protesto em Los Palos Grandes, zona abastada de Caracas.
Em alguns setores da capital os protestos foram reprimidos por coletivos, como são conhecidos os civis armados chavistas que foram autorizados pelo presidente Nicolás Maduro a conter as manifestações.