Quarta-feira, 16 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 19 de janeiro de 2019
A assiduidade de Flávio Bolsonaro no Twitter diminuiu depois que o caso de Fabrício Queiroz veio à tona, em 6 de dezembro do ano passado. A chamada “comunicação direta” com o eleitor sempre foi alardeada como um grande diferencial do clã.
Nos 35 dias que antecederam a revelação do relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sobre as movimentações atípicas de seu ex-assessor, o senador eleito pelo PSL fez cerca de 60 publicações na rede social e só não falou aos seus seguidores em 9 dias.
Quando o caso foi revelado, Flavio fez um post para se explicar. Nos 35 dias que sucederam a descoberta de Queiroz, postou 13 publicações e passou ao todo 26 dias em silêncio.
Vice-presidente
O vice-presidente, Hamilton Mourão, disse na sexta-feira (18) que não iria comentar o pedido de Flávio Bolsonaro ao STF (Supremo Tribunal Federal) para suspender investigação que apura movimentações financeiras de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito, consideradas “atípicas” pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras.
O pedido de Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, foi acolhido na quinta-feira (17), temporariamente, pelo ministro Luiz Fux. O ministro está plantão devido ao recesso do Judiciário. O relator do caso é o ministro Marco Aurélio Mello.
“Não vou me meter, não vou comentar: vou aguardar esclarecer”, afirmou o vice, questionado pela reportagem sobre sua opinião do caso. Neste sábado (19), porém, o vice afirmou haver certo “sensacionalismo” e “direcionamento” na investigação envolvendo o filho primogênito do presidente da República Jair Bolsonaro.
Mourão assumirá a interinidade da presidência da República, assim que o presidente Jair Bolsonaro viajar para Davos, na Suíça. Bolsonaro e Mourão se encontram na sexta para reunião antes da viagem. Sobre o que esperar de sua primeira interinidade, Mourão disse: “tudo normal, que mantenha as ordens em vigor”.
Estratégia
Nos bastidores do Planalto, ministros avaliam como “errática” a estratégia do senador eleito Flávio Bolsonaro de trazer o caso da esfera estadual para o STF. Na última quarta-feira (16), durante o recesso, o ministro de plantão, Luiz Fux, recebeu a reclamação de Flávio Bolsonaro e decidiu suspender as investigações temporariamente. Um ministro do governo disse que o presidente Bolsonaro não sabia da estratégia jurídica de Flávio Bolsonaro, e que “foi lambança de advogado”.
O ministro Fux, disse que, se não suspendesse o caso, provas poderiam ser anuladas. Caberá a Marco Aurélio Mello decidir o que fazer, já que ele é o relator do caso na Corte. À reportagem, Marco Aurélio disse que está de férias no Rio e só vai decidir quando retornar a Brasília.
Marco Aurélio afirmou, no entanto, que tem remetido ao “lixo” esse tipo de pedido. “O Supremo não pode variar, dando um no cravo e outro na ferradura. Processo não tem capa, tem conteúdo. Tenho negado seguimento a reclamações assim, remetendo ao lixo”, afirmou Marco Aurélio.