Sexta-feira, 10 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 10 de abril de 2019
O presidente Jair Bolsonaro disse que, se houver invasão na Venezuela, consultará o Congresso, mas que a decisão final é dele. Em entrevista à rádio Jovem Pan, na segunda-feira, Bolsonaro voltou a falar que, segundo os Estados Unidos, “todas as possibilidades” estão sobre a mesa em relação à Venezuela, mas que a intenção dos governos brasileiro e americano é criar fissuras no Exército venezuelano para tirar o apoio dado pelos militares do país ao presidente Nicolás Maduro. No mesmo dia, mais cedo, seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão, insistiu, em visita a Washington, que a situação tem que ser solucionada pelos venezuelanos .
“O que o Brasil pode fazer? Vamos supor que haja uma invasão militar lá (dos Estados Unidos). A decisão vai ser minha, mas eu vou ouvir o Conselho de Defesa Nacional e depois o Parlamento. A Venezuela não pode continuar como está. Talvez pelo embargo econômico a gente possa pressionar o governo a cair.”
Na entrevista, Bolsonaro fez a ressalva de que uma ação militar na Venezuela pode levar a ações de guerrilha, pela topografia do país, e durar tempo demais.
“Como eu disse e fui criticado, quem decide se o país vive numa ditadura ou numa democracia são as Forças Armadas. Quem mantinha o (Hugo) Chávez de pé? Era o Exército da Venezuela, e ponto final.”
Nos Estados Unidos, o general Hamilton Mourão garantiu que nenhum dos dois países irá intervir de maneira militar, mas também cobrou das Forças Armadas venezuelanas controle para saída negociada de Maduro e ação sobre os “coletivos” (grupos armados que apoiam o governo).
“Está nas mãos das Forças Armadas venezuelanas controlar e oferecer uma saída para o presidente [Nicolás] Maduro para que se possa convocar eleições livres, de acordo com OEA (Organização dos Estados Americanos). Nossa intervenção não é militar, é política e econômica.”
Receita de bolo
Após encontro com o vice-presidente americano, Mike Pence, em Washington, o general Hamilton Mourão afirmou que não há “uma forma de bolo” para resolver a crise na Venezuela , mas insistiu que a situação tem que ser solucionada pelos venezuelanos e pressionou as Forças Armadas do país vizinho a agir. O brasileiro garantiu que nenhum país do Grupo de Lima ou mesmo os Estados Unidos irá intervir de maneira militar, mas demonstrou preocupação em saber qual a extensão da presença russa no país vizinho.
Segundo Mourão, os venezuelanos precisam conseguir controlar “aqueles componentes que existem lá dentro ligados a milícias, coletivos, de modo que não descambe na violência e oferecerem uma saída para o presidente”. E completou: “Nenhum de nossos países irá intervir na Venezuela de maneira militar. A intervenção que está sendo feita é política e econômica.”
O vice-presidente brasileiro também contou ter conversado com Pence sobre a China, e afirmou que o vice-presidente americano disse entender que Pequim é um “grande parceiro do Brasil”.