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Por Redação O Sul | 31 de maio de 2019
O presidente Jair Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) se reuniram, na tarde de quinta-feira (30), com o corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins. O encontro no Palácio do Planalto foi informado na agenda oficial do chefe do Executivo federal.
Segundo a assessoria do corregedor, a audiência serviu para a entrega de convite para o Fonacor (Fórum Nacional das Corregedorias), que ocorrerá nos dias 26 e 27 de junho em Brasília. Martins integra o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão encarregado de investigar juízes e aplicar sanções contra magistrados.
Procurado, o Planalto não respondeu o motivo de Flávio acompanhar a agenda do presidente com o corregedor. A assessoria de Flávio também não retornou aos contatos.
A defesa do senador Flávio Bolsonaro tenta suspender na Justiça as quebras de sigilos bancário e fiscal de 86 pessoas e nove empresas investigadas no inquérito que apura supostas irregularidades cometidas no seu gabinete quando ele era deputado na Assembleia Legislativa do Rio, entre 2007 e 2018.
Na semana passada, os advogados do senador protocolaram um habeas corpus no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro pedindo a suspensão da quebra de sigilos determinada pelo juiz de primeira instância Flávio Itabaiana.
Equipe especial
A Receita Federal anunciou a criação de uma equipe especial para investigar as declarações fiscais do senador Flávio Bolsonaro, do ex-assessor dele Fabrício Queiroz e de mais 93 pessoas que tiveram seus sigilos bancário e fiscal quebrados por ordem da 27ª Vara Criminal do Rio.
Ao longo das investigações, o grupo deverá fazer “aranhas” das movimentações atípicas. Ou seja, vai mapear a origem e o destino final das transações financeiras. Os mapas vão apontar também os vínculos entre os personagens envolvidos em todas as transações para tentar compreender todo o caminho do dinheiro.
Um dos pontos a ser investigado, segundo uma fonte que acompanha o caso, são os repasses de dinheiro de Queiroz a Michelle Bolsonaro, mulher do presidente Jair Bolsonaro. Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, uma das bases da investigação do Ministério Público do Rio, apontou repasse de R$ 24 mil de Queiroz para a mulher do presidente.
Em uma entrevista em 31 de dezembro do ano passado, um dia antes de tomar posse, Bolsonaro disse que o dinheiro era parte do pagamento de empréstimos feitos por ele a Queiroz, que totalizariam R$ 40 mil.