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Por Redação O Sul | 17 de setembro de 2018
O suicídio é um mal que leva à morte um brasileiro a cada 45 minutos e se estima que um número pelo menos três vezes maior de pessoas tente tirar a própria vida no mesmo período. Registra-se ainda um número crescente de casos nos últimos anos entre adolescentes e adultos jovens. Constitui, portanto, um problema relevante de saúde pública, assim reconhecido pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde. E o Rio Grande do Sul é o Estado brasileiro que apresenta as mais altas taxas desse agravo.
O suicídio, entretanto, pode ser prevenido em mais de 90% dos casos, pois a maioria das vítimas apresentam fatores de risco, em especial transtornos mentais, sobre os quais se pode intervir. Um dos maiores desafios para a prevenção desse problema, entretanto, ainda é o silêncio. Fala-se muito pouco sobre o assunto (e sobre a depressão, uma de suas mais frequentes causas) seja publicamente, seja dentro das famílias. Essa situação não é exclusiva do Brasil, ocorrendo em quase todos os países.
Para mudar esse cenário, há alguns anos existe um movimento mundial denominado Setembro Amarelo, que definiu esse mês como dedicado à prevenção do suicídio, estimulado por entidades médicas, pelo IASP (Associação Internacional para Prevenção do Suicídio), Organização Mundial da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, Ministério da Saúde. O objetivo é levar informação a todos os segmentos da população, (incluindo-se os próprios profissionais de saúde), chamando atenção para o problema e fomentando medidas de prevenção.
As altas taxas de suicídio no Estado, assim como o crescente número de tentativas de suicídio (grande parte delas ainda não conhecidas, pois sua notificação obrigatória ao Sistema de Saúde é ainda recente), levou à criação do Comitê Estadual de Prevenção do Suicídio do Rio Grande do Sul, formado por várias instituições públicas e organizações civis, sob a coordenação da Secretaria Estadual da Saúde, e do qual o Centro de Valorização da Vida (CVV) é membro permanente.
O CVV, com sua experiência de mais de 50 anos, integrou-se aos movimentos para a criação de políticas públicas voltadas à prevenção do suicídio. É uma associação civil sem fins lucrativos que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio, através de atendimento telefônico. Atualmente, aproximadamente 2.000 voluntários realizam em 18 estados e no Distrito Federal, pelo número 188, quase oito milhões de atendimentos por mês pelos sob total sigilo. O Rio Grande do Sul demanda o segundo maior número de atendimentos por mês (só suplantado por São Paulo).
Parcerias
Neste ano de 2018, as parcerias anteriormente constituídas se solidificaram e ampliaram, com novos apoios importantes sendo conquistados, entre os quais o da Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e o da Secretaria da Justiça e Direitos Humanos do Estado do RS. Assim, foi possível construir a proposta de um relevante evento, denominado “Acampamento pela Vida” realizado neste domingo (16) nos turnos da manhã e tarde, no Parque Marinha do Brasil, com o objetivo de divulgar à comunidade de Porto Alegre informações sobre suicídio, com foco na sua prevenção.
Dentre unúmeras ações, foram realizadas atividades físicas (aula de ¨Salsa Fit” / ginástica rítmica/ partidas dos Pampacats) ; escuta do CV (rodas de conversa sobre prevenção do suicídio); atividades para crianças (recreação Infantil/ contação de histórias/ minicaminhadas).