Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 10 de julho de 2015
O V Fórum Internacional de Gestão Ambiental, promovido pela Associação Riograndense de Imprensa, teve como tema “Crise da Água: Causas, Consequências e Enfrentamento”. O evento foi realizado ontem (9) e terminou hoje (10), na Assembleia Legislativa, totalizando um público de 300 pessoas. A plateia formada por professores, ambientalistas, funcionários da Corsan e do Dmae (Departamento Municipal de Águas e Esgotos) e estudantes teve uma expressiva participação de todos os painéis e palestras, a partir da formulação de perguntas. Foram apuradas as seguintes considerações a partir das apresentações dos painelistas:
Privatização – Palestrantes e painelistas do “V Fórum Internacional de Gestão Ambiental” são unanimemente contrários à privatização do saneamento. Conforme o promotor do Ministério Público do RS Eduardo Viegas privatizar o saneamento é dar um tiro no pé. Ele cita o exemplo de Uruguaiana o abastecimento e saneamento de água foi privatizado pela Odebrecht, por 30 anos, já registra inúmeras reclamações tendo gerado uma CPI na Câmara Municipal Uruguaiana. No caso de privatização, os empresários terão interesse somente em assumir o setor nas grandes cidades, onde o lucro é certo em função do grande número de consumidores. Já nas localidades de menor densidade demográfica, o custo da água por ser divido por um contingente menor acaba sendo mais caro. Hoje, a iniciativa pública equilibra os valores da água fazendo com que fique mais acessível para todos.
Cobrança pela água – Atualmente, não existe cobrança pela a água. Apenas, é cobrado pelo uso da água (tratamento e fornecimento). Mais de 85 por cento da água doce disponível no Rio grande do Sul é consumida pela agropecuária, sem custo para empresários e agricultores. E o pior é que está água é, muitas vezes, devolvida ao meio ambiente contaminada. A partir da cobrança efetiva da água, o empresário/agricultor será impulsionado a buscar alternativas para economizar a água empregada na sua atividade.
Pagamento por serviços – A proposta é que seja estabelecida uma política efetiva de preservação do meio ambiente. A exemplo do que já acontece em alguns municípios brasileiros em que o poder público (município, União e ONGs) remuneram agricultores para que eles conservem matas e nascentes evitando o desmatamento e a poluição das águas. O município de Extrema (MG) tem colhido bons resultados nesta prática e já conseguiu reverter parcialmente o desmatamento em seu território.