Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 10 de setembro de 2019
O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, cotado para assumir o comando da PF (Polícia Federal), caso se confirme a demissão do atual chefe da instituição, Maurício Valeixo, se reuniu na segunda-feira (09) com o secretário-geral da Presidência da República, Jorge Oliveira.
Torres estava à frente de um grupo de delegados da Polícia Civil no encontro com o ministro, no Palácio do Planalto, em Brasília. No sábado (07), Torres acompanhou o desfile do Sete de Setembro, no palanque de autoridades, próximo ao presidente Jair Bolsonaro. As imagens foram registradas por policiais e correram grupos de Whatsapp de delegados em meio a discussões sobre a ameaça de Bolsonaro de trocar o comando da PF à revelia do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Depois das declarações de Bolsonaro, delegados dão como certa a saída de Valeixo. Segundo interlocutores de Oliveira, não houve “convite oficial” a Torres. O assunto só deve ser tratado depois do retorno de Bolsonaro ao trabalho. O presidente foi submetido no domingo (08) a uma nova cirurgia e só deve receber alta nos próximos dias.
Próximo ao senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e a Oliveira, Torres desponta como o favorito a chefiar a PF. Em entrevista ao jornal O Globo no mês passado, Oliveira confirmou que o nome de Torres foi indicado para substituir Valeixo e elogiou o delegado. Os dois são amigos desde os tempos em que trabalhavam na Câmara dos Deputados.
Torres foi chefe de gabinete do então deputado federal Delegado Franschini (PSL-PR). Oliveira ocupava o mesmo posto no gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
“Torres é uma pessoa que, se fosse diretor-geral, seria muito bom. Pela postura, pela capacidade. Sei que é uma pessoa extremamente séria, íntegra, está fazendo um excelente trabalho no governo do Distrito Federal”, disse Oliveira.
Em movimento oposto ao de Torres, Valeixo decidiu sair de cena. O atual diretor tirou férias de dez dias. A ausência temporária do diretor-geral faria parte de uma estratégia acertada com o ministro Sérgio Moro. A expectativa do ministro, segundo interlocutores, seria ganhar tempo. A intenção é ver se Bolsonaro se contenta com a substituição do superintendente da PF no Rio de Janeiro e desiste de mudar também o comando da PF.