Acontece Câncer colorretal: RS é estado com o maior número de diagnósticos e capital recebe evento de conscientização
Por Redação O Sul | 22 de julho de 2019
No dia 26 de julho, a Fundação Riograndense Universitária de Gastroenterologia (FUGAST), em Porto Alegre (RS), recebe o Mutirão Nacional contra o Câncer Colorretal. A ação social, promovida pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) em 17 cidades do Brasil, visa mobilizar a população e o poder público para a criação de um Programa Nacional de Prevenção do Câncer Colorretal. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), por ano, o país registra 36 mil novos casos da doença, sendo 3.180 no Rio Grande do Sul.
Publicado em 2018, dados do Observatório da Oncologia mostram que, em 2015, a cada 100 mil habitantes do Rio Grande do Sul, 15 morreram em decorrência do câncer de cólon e reto. O estado também tem o maior número de cidades em que o câncer de modo geral é a principal causa de morte, com 140 municípios.
“Não temos uma política para o rastreio do câncer de cólon e reto e a ação no Rio Grande do Sul quer justamente criar este estimulo e reforçar a importância da prevenção desse câncer no estado”, diz o Dr. Alexandro Vaesken Alves, presidente da seção estadual da SOBED no Rio Grande do Sul.
A expectativa é de que cerca de 50 pacientes pré-selecionados no Sistema Único de Saúde (SUS) realizem a colonoscopia durante o mutirão na capital gaúcha. “O exame permite o diagnóstico precoce da doença, com melhores resultados quanto ao prognóstico”, explica o presidente da Comissão de Ações Sociais da SOBED, Dr. Marcelo Averbach. Em todo o Brasil, a ação irá beneficiar cerca de 600 pessoas.
Cerca de 80% dos casos da doença poderiam ser evitados a partir exames preventivos, como a colonoscopia e análise de sangue oculto nas fezes por método imunohistoquímico (FIT). Segundo o Dr. Lix Alfredo Reis de Oliveira, diretor de Ações Sociais da SOBED, quando o paciente apresenta sintomas é porque a doença está em estágio mais avançado. “É muito triste morrer de uma doença prevenível”, diz o especialista.
Por um Programa Nacional de Prevenção do Câncer Colorretal
Apesar de existirem diretrizes clínicas internacionais elaboradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por entidades internacionais e pela SOBED – estas aprovadas pela Associação Médica Brasileira (AMB) –, os profissionais não são obrigados a seguirem as recomendações, ainda que sejam baseadas em evidências científicas e que norteiam o exercício da profissão do endoscopista digestivo.
“É necessária a indicação correta da colonoscopia no SUS e nos convênios de saúde. Atualmente, há pessoas que realizam exames duas vezes por ano e que estão ocupando o lugar de outro paciente que aguarda na fila”, diz Oliveira. O especialista explica que o câncer colorretal é uma doença lenta que se origina a partir de pólipos (lesões na região do cólon e reto) e leva anos para se desenvolver. Por isso, o exame não precisa ser feito em intervalos curtos de tempo.
Segundo o Dr. Lix Alfredo Reis de Oliveira, se houvesse um programa nacional, seria possível evitar análises desnecessárias ou tardias. “O exame feito sem necessidade não acrescenta em nada ao paciente e ainda o coloca em risco. Por isso a colonoscopia só deve ser feita se realmente for indicada seguindo diretrizes, uma vez que o benefício é maior que o risco”, explica.
Apesar de ser mais invasivo que a análise de sangue oculto nas fezes, a colonoscopia é a forma mais segura para identificar e tratar possíveis lesões (pólipos) na região do cólon e reto que possam originar um câncer ou rastrear o tumor ainda em fase inicial.
Serviço: Mutirão de colonoscopia/ 26 de julho/ Fundação Riograndense Universitária de Gastroenterologia (R. Silva Só, 255 – Santa Cecília), em Porto Alegre (RS).
- Importante: o exame é realizado em pacientes pré-selecionados; não serão atendidas pessoas que chegaram ao local de realização sem prévia avaliação!
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