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Mundo Greve geral em Hong Kong, a primeira nos últimos 50 anos, provoca caos no trânsito, bloqueio de trens e paralisação do aeroporto

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Houve também bloqueios nas ruas, e delegacias de polícia foram sitiadas. (Foto: Reprodução/HKFP)

Hong Kong viveu um dia de caos nesta segunda-feira (5), devido a uma greve geral que paralisou parte dos transportes, levou ao cancelamento de mais de 200 voos e gerou reflexos no mercado financeiro. Este protesto, o primeiro do gênero em 50 anos, foi o maior em escala e intensidade desde que a série de atos por maior abertura democrática começou, no dia 9 de junho. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Passageiros tiveram dificuldade para chegar ao trabalho durante a manhã, pois várias linhas de metrô e ônibus foram suspensas. Alguns manifestantes fizeram bloqueios para impedir a saída de trens das estações.

Houve também bloqueios nas ruas, e delegacias de polícia foram sitiadas.

Longas filas se formaram no trânsito na área financeira da cidade, e centenas de pessoas ficaram ilhadas no aeroporto. O trem expresso até o local deixou de operar.

Em reação, a polícia disparou bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes em diversos distritos da cidade. Já à noite, grupos de homens armados com pedaços de paus tentaram atacar manifestantes no distrito de North Point.

Muitas empresas fecharam as portas, e funcionários ficaram em casa. Shoppings de luxo e o distrito comercial de Causeway Bay aderiram à grave durante parte do dia.

“Perder um pouco de dinheiro agora não é tão problemático quanto perder toda a liberdade que Hong Kong costumava representar”, afirmou Mark Schmidt, 40, gerente de um restaurante que fechou nesta segunda.

O sindicato de funcionários da empresa aérea Cathay Pacific emitiu nota criticando as autoridades. “Durante mais de 50 dias, o governo ignorou as demandas do povo e só usou a força policial para suprimir as vozes, causando desespero em um enorme número de pessoas”, apontou.

Este protesto foi o maior em escala e intensidade desde o primeiro, no dia 9 de junho. A líder do território, Carrie Lam, disse que Hong Kong está “em uma situação extremamente perigosa”, que representa um desafio à soberania chinesa —a área é controlada por Pequim.

Falando com a imprensa pela primeira vez em duas semanas, Lam rejeitou a ideia de renunciar, uma das demandas dos manifestantes, e disse que o governo será firme em manter a ordem.

“Essas ações tão grandes em nome de certas demandas estão minando seriamente a lei e a ordem e estão empurrando nossa cidade para a beira de uma situação muito perigosa”, disse Lam.

A polícia local divulgou que, desde o começo dos protestos, já prendeu 420 manifestantes e usou gás lacrimogêneo mil vezes, além de ter disparado 160 balas de borracha.

O mercado financeiro na Ásia teve um dia turbulento. Além dos protestos em Hong Kong, a ameaça de novas tarifas comerciais aplicadas contra a China pelo governo dos EUA levaram à queda das bolsas e do valor do yuan. A moeda chinesa superou a cotação de 7 yuans para cada dólar, maior desvalorização em uma década.

Em entrevista coletiva no sábado (3), vários dos organizadores da greve —alguns deles com os rostos cobertos— disseram que 14 mil pessoas de mais de 20 setores da cidade haviam se comprometido a aderir à paralisação.

A greve ocorre após um novo fim de semana de protestos. A polícia prendeu 44 pessoas depois de alguns confrontos violentos durante a noite de domingo (4). Os agentes dispararam bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que se moviam rapidamente pela cidade e realizavam atos-relâmpago.

O território, controlado pelo governo chinês, enfrenta protestos há meses. Inicialmente, os atos eram contra um projeto de lei de extradição que permitiria enviar cidadãos de Hong Kong para serem julgados na China, onde há um sistema jurídico diferente.

O projeto foi suspenso, mas as manifestações continuaram e passaram a pleitear maior abertura democrática, a renúncia da chefe do governo local e outras demandas.

Sob o princípio “um país, dois sistemas”, Hong Kong goza de liberdades desconhecidas no resto do país, em princípio até 2047. Cada vez mais pessoas, porém, temem que Pequim viole esse acordo.

As manifestações se tornaram o maior desafio político da região desde que ela deixou de pertencer ao Reino Unido e foi integrada à China, em 1997.

Embora os protestos continuem, autoridades em Hong Kong e em Pequim prometem endurecer suas posições. Militares chineses disseram estar prontos para controlar os distúrbios, caso sejam chamados a intervir.

“O governo central não irá deixar esta situação continuar. Nós acreditamos firmemente que Hong Kong será capaz de superar as dificuldades e desafios à frente”, disse o governo chinês, por meio da agência de notícias estatal Xinhua.

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