Geral Médico que fez cirurgia plástica em top model morta é casado com Ângela Bismarchi e responde a dezenas de ações na Justiça
Por Redação O Sul | 18 de janeiro de 2016
Casado com a apresentadora Ângela Bismarchi, Wagner de Moraes, o médico responsável pelo procedimento estético feito no rosto da modelo Raquel Santos, 28 anos, antes de ela morrer, coleciona processos judiciais. Em consulta ao site do Tribunal de Justiça, é possível acessar ao menos 51 ações, cíveis e criminais, tendo o cirurgião ou a clínica que leva seu nome como réu.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Moraes não é membro da instituição, que informou que repudia “a atuação de médicos não especialistas em cirurgia plástica, que, por falta de formação específica, colocam em risco a segurança e a vida de seus pacientes”.
O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio) abriu sindicância em nome de Moraes para apurar as circunstâncias da morte da modelo. “O médico citado não tem título de especialista registrado no Cremerj – não é obrigatório que os médicos inscritos no Conselho informem a sua especialidade. Os médicos devem ter o bom senso de realizar apenas os procedimentos dos quais tenham conhecimento e capacidade profissional”, diz a nota.
Moraes defendeu-se das acusações. “Tenho 44 anos de experiência, formação nos Estados Unidos, operei 20 mil pessoas que estão lindas e maravilhosas por aí. Vê se o Pitanguy não tem as mesmas coisas que eu. A gente opera muito. Todo médico tem de 1 a 2% de possibilidade de ter erros, problemas. Mas como operei 20 mil, devo ter 0,1% [de problemas]”, disse.
Em um dos processos, Moraes foi condenado ao pagamento de pensão vitalícia a um homem, após uma cirurgia o deixar “praticamente cego’’. Ele também foi condenado a indenizar uma produtora de 62 anos. A mulher o acusa de deixá-la com um resultado “desastroso” no corpo. Outra condenação do médico envolve danos morais, estéticos e materiais, já que a paciente teria ficado com sequelas. A operação tinha “caráter não estético” e não teria sido bem-sucedida.
“Uma bomba relógio caiu no meu colo. Ela [Raquel] aplicava diariamente um produto de cavalos para aumentar a força do músculo da coxa”, afirmou o cirurgião. Os resultados dos primeiros exames feitos no corpo da modelo não teriam indicado relação entre o uso de anabolizantes ou de cigarro com a parada cardíaca que ela sofreu após a aplicação de ácido hialurônico. O resultado final do laudo do IML (Instituto Médico Legal) só deve ficar pronto em 30 dias.
Ângela Bismarchi.
Ângela Bismarchi saiu em defesa do marido. “Ele está arrasado, nunca perdeu uma paciente em 44 anos de profissão, é uma coisa inexplicável. Se ele tivesse feito uma cirurgia plástica nela, algo que tivesse tomado anestesia geral, mas não foi o caso. É um procedimento muito simples, que é tirar o bigode chinês. Ele já fez duas vezes em mim”, contou. Segundo Ângela, a morte de Raquel era uma tragédia prestes a ocorrer. “Foi uma fatalidade. Ele teve a má sorte de pegar uma paciente de que já vinha com problemas. Quero que tudo isso se esclareça logo porque as pessoas estão confundindo as coisas. Ela foi uma bomba que explodiu na mão dele”, desabafou.
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