Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de setembro de 2019
Mãe de duas crianças, uma menina de dois e um menino de 7 anos, a empresária Regina Bretas, 36, moradora de Guarapari, ficou assustada ao conversar com o filho sobre um jogo eletrônico de celular. Regina descobriu que o pequeno foi convidado para participar de um desafio que poderia ter causado a morte dele. As informações são do jornal A Tribuna.
Digital Influencer, a mãe decidiu postar nas redes sociais sobre a declaração do filho com o intuito de alertar aos pais. E recebeu a reportagem para contar como ocorreu o problema com o filho.
O jogo em questão é conhecido como Free Fire. Na descrição, trata-se de um game de tiro e sobrevivência disponível no celular. Cada partida dura cerca de 10 minutos e coloca o jogador em uma ilha remota, onde enfrenta adversários, todos buscando sobrevivência.
Ao comentar com o filho os riscos relacionados ao jogo, a criança fez uma revelação à mãe.
Ele contou que, durante uma partida que jogava há 15 dias, três pessoas o convidaram a participar de um desafio do barbante.
“Meu filho contou que, há 15 dias, três pessoas o convidaram para participar de um desafio da morte na internet. Ele teria que enrolar um barbante grande no pescoço, passar por três vezes e puxar”, disse a mãe.
A empresária completou: “Já desesperada, perguntei onde eu estava nessa hora? Ele respondeu que era depois do almoço e que eu estava deitada descansando com o pai. Os dois estavam em casa e vivendo esse mal próximo da gente”.
Regina disse que, após a publicação dos vídeos com o relato do filho, recebeu muitas mensagens pelo telefone, já que várias pessoas compartilharam a informação.
O intuito, segundo ela, foi justamente alertar os pais das crianças que vivem no celular, sem o acompanhamento dos adultos. “Não importa se a mãe trabalha muito ou trabalha pouco. É naquele nosso minuto de distração que as coisas acontecem”, disse.
Regina ainda comenta sobre o susto que passou.
“Podia ter perdido o meu filho, se ele tivesse aceitado participar de um desafio desses, de monstros, que, para mim, têm que estar na cadeia. São assassinos de crianças, que eles pegam de forma aleatória na internet para fazer o mal”.
“Mesmo que todo mundo jogue, ele não vai jogar mais”
Preocupada com as pessoas que entram no jogo para praticar o mal, a empresária Regina Bretas disse que o filho de 7 anos não vai mais jogar Free Fire.
Para a mãe, o jogo de sobrevivência que usa armas para matar os participantes, não possui benefícios.
Monitorar o conteúdo
De acordo com a psicóloga Marina Pires, também ouvida pela reportagem, monitorar o conteúdo do jogo é essencial. “Os pais precisam ficar atentos ao conteúdo que as crianças estão acessando. Geralmente, os jogos mais violentos são para maiores de 14 anos e nem sempre os pais prestam atenção nisso”, alertou.
Estabelecer um tempo limite também é importante. De acordo com a psicopedagoga e analista comportamental Maria Tereza Samora, o ideal é incentivar outras atividades.
“As crianças estão perdendo o brincar que faz bem, que libera endorfina, respirar ar puro”, afirmou.
A psicopedagoga alertou que os pais devem ganhar ou reconquistar a confiança dos filhos.
“Isso é essencial para que a criança tenha liberdade para conversar com os pais sobre o que está acontecendo de estranho no jogo, sem medo de ser castigada.”
A psiquiatra Monique Ribeiro destacou que é importante que os pais participem da vida online dos filhos. “Os pais devem acompanhar o que a criança posta, quem ela segue e observar o histórico de
pesquisa.”
Para a psiquiatra, os pais também devem orientar os filhos a não passar informações. “Não é seguro compartilhar dados, fotos, endereço da casa ou falar onde estuda.”