Sexta-feira, 11 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 28 de março de 2019
Nina Martinez, de 35 anos, se tornou a primeira doadora de órgãos com HIV positivo. Martinez adquiriu HIV com apenas seis semanas de vida após uma transfusão de sangue. Atualmente, sua carga viral é indetectável. Os cirurgiões do Hospital Johns Hopkins, em Baltimore, nos EUA, transplantaram um rim doado por ela para um paciente também com HIV positivo. Antes, transplantes do tipo só eram realizados com doadores mortos.
O órgão foi implantado no receptor por uma equipe separada de cirurgiões, procedimento normal no transplante. A operação foi realizada por Niraj Desai, professor assistente de cirurgia em Hopkins. Martinez e o receptor permanecerão em medicação anti-retroviral indefinidamente para controlar a doença. A resistência à medicação para o HIV pode variar de pessoa para pessoa, por isso os médicos devem monitorar de perto o receptor nos meses após o órgão doador ser introduzido.
O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o vírus causador da Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida). No entanto, há muitas pessoas com o vírus, que vivem durante anos sem desenvolver a síndrome. A doença pode ser transmitida nas relações sexuais desprotegidas, no compartilhamento de seringas e agulhas, transfusão de sangue contaminado, reutilização de objetos perfuro-cortantes com presença de sangue ou fluidos com o vírus e durante a gravidez/parto e amamentação, caso a grávida com HIV positivo não tomar os medicamentos antirretrovirais. Até agora, deixar uma pessoa soropositiva com apenas um rim era considerado muito perigoso porque a infecção e os medicamentos que a controlam aumentam as chances de doença renal.