Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de junho de 2019
O MPF (Ministério Público Federal) cobra na Justiça R$ 4,1 bilhões de 30 réus da Operação Lava-Jato, entre eles o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Todos os envolvidos estão respondendo a processos sobre desvios em obras públicas.
São quatro ações movidas contra os réus, cada uma referente a uma obra. São elas: obras do Maracanã, da Linha 4 do Metrô, do Arco Metropolitano e do PAC das Favelas. Além do ex-governador do MDB, empreiteiras estão entre os alvos das ações, como a Delta, OAS, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa.
Ex-secretários de Sérgio Cabral, como Wilson Carlos, Hudson Braga e Regis Fichtner, também irão responder na Justiça. O último ainda está preso em decorrência de uma operação da Lava-Jato no Rio.
Para calcular o valor de R$ 4,1 bilhões, o MPF levou em conta a propina paga à organização criminosa de Cabral e o lucro das empresas envolvidas. A soma dessas partes resultou no “valor do ilícito”, que o MPF está cobrando. A partir disso, uma multa de três vezes o valor foi aplicada. Além disso, foi contabilizado um ressarcimento por danos morais.
Imóveis
No mês passado, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral afirmou ser dono de dois imóveis em áreas nobres da capital fluminense. Ele disse que as propriedades estão em nome do empresário George Sadala. A declaração corrobora as desconfianças de membros da Operação Lava-Jato de que o emedebista ainda mantém oculto parte do patrimônio acumulado com propina. É a primeira vez que há referência a esses imóveis como parte de seus bens.
Cabral prestou depoimento em ação penal em que é acusado de receber R$ 1,3 milhão de propina de Sadala, sócio na empresa responsável pelo programa Poupatempo no Rio de Janeiro. O emedebista declarou que recebeu, na verdade, R$ 1,5 milhão e disse que dividia com o empresário a propriedade de um terreno em Ipanema (zona sul) e um prédio comercial adquirido junto à Brookfield na Barra da Tijuca (zona oeste), todos em nome de Sadala.
“São propriedades minhas, frutos de outros negócios que posso esclarecer em outras circunstâncias”, afirmou o emedebista. Ele tenta firmar um acordo de delação. Segundo o emedebista, Sadala chegou a obter o licenciamento para erguer um prédio “de três ou quatro andares” no terreno em Ipanema, mas o empreendimento não se concretizou. “Ele sempre me mantinha informado”, disse o ex-governador, que atribui em R$ 6,5 milhões o valor de sua participação no negócio.