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Por Redação O Sul | 25 de agosto de 2019
A polícia francesa usou canhões de água e gás lacrimogêneo no sábado (24) contra manifestantes anticapitalistas em Bayonne, nas proximidades onde o presidente Emmanuel Macron e os aliados do G7 se reúnem. As informações são do jornal Folha de S.Paulo e das agências de notícias Reuters e AFP.
Um helicóptero da polícia circulou enquanto dezenas de manifestantes, alguns atirando pedras, gritavam palavras de ordem diante dos agentes de segurança, no centro histórico da cidade basca.
A França, que vive meses de protestos antigovernamentais este ano, enviou mais de 13 mil policiais para garantir que os manifestantes não cheguem perto do presidente dos EUA, Donald Trump, e dos outros líderes. As autoridades designaram os locais dos protestos pela manhã, a cerca de 30 km da cúpula.
Antes do confronto, milhares de ativistas antiglobalização, separatistas bascos e manifestantes de “colete amarelo” caminharam da cidade francesa de Hendaye para Irun, na Espanha, agitando faixas pedindo ação climática, direitos dos gays e um modelo econômico mais justo.
“Chefes de Estado: ajam agora, a Amazônia está queimando! “, eram os escritos de uma das bandeiras agitadas no protesto, referindo-se aos incêndios que assolam a floresta amazônica.
“Se o tempo fosse uma catedral, nós já a teríamos salvo”, disse outro sinal, referindo-se ao incêndio que destruiu parcialmente Notre Dame de Paris, em abril, e que foram coletados quase 950 milhões de dólares.
Segundo os organizadores dos atos, 15 mil pessoas protestavam. A polícia afirmar que se tratavam de 9 mil pessoas.
“Os principais líderes capitalistas estão aqui e precisamos mostrar a eles que a luta continua”, disse Alain Missana, 48, eletricista de colete amarelo – símbolo das manifestações antigovernamentais realizadas na França há meses.
“É mais dinheiro para os ricos e nada para os pobres. Vemos as florestas amazônicas queimando e o Ártico derretendo. Os líderes nos ouvirão”, afirmou.
Morteiro caseiro
Quatro policiais ficaram levemente feridos na sexta-feira (23), depois que manifestantes dispararam um morteiro caseiro perto da reunião anti-G7 em Hendaye. A polícia prendeu 17 pessoas por esconder seus rostos.
Centenas de espanhóis bascos participaram da marcha, como Max, de 28 anos, que foi acompanhado por cinco amigos. ” Temos uma cultura de luta e nos parece certa a manifestação. Queremos acabar com essa farsa”, disse.
“A manifestação contra o G7 é nesta região basca e queremos que as pessoas vejam que somos parte dela”, disse Alfredo Akuna, um engenheiro de 46 anos de San Sebastián, no norte da Espanha, que usava roupas tradicionais bascas.