Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de janeiro de 2017
Uma vez por mês o trabalhador rural Charles Martins de Siqueira, 30 anos, costuma levar seu animal de estimação para passear no centro de Guareí (SP), cidade onde mora. Mas o curioso é que, diferentemente da maioria das pessoas, que tem cachorro ou gato, ele resolveu criar uma porca.
“Quando eu chego fica todo mundo olhando”, conta. Siqueira chama ainda mais atenção quando compra um sorvete e oferece à porca de estimação batizada de Anita, também chamada de Dona Nita. “Jogo um pouco no chão para ela se refrescar. Está muito calor, ela também merece”, afirma.
Guareí “para” com a chegada do morador e seu exótico animal de estimação. Montado em um cavalo e vestindo chapéu de cowboy, ele entra na cidade sendo seguido pela porca e seis dos nove cães que cuida. O trabalhador rural assobia para apressar o passo dos animais que seguem logo atrás. “São todos mansos, não causam confusão”, garante.
Enquanto passa pelas ruas do centro, Dona Nita faz com que funcionários e clientes de comércios saiam às portas. Eles sussurram e chamam quem ainda não veio à frente: “Olha a porca na rua, venha aqui ver”, dizem. Das janelas das casas aparecem mais curiosos e os celulares são retirados dos bolsos para registrar a passagem. “Porca de estimação só mesmo aqui em Guareí”, comenta o funcionário público José Maria Pucca, que também fotografou o grupo.
Depois do sorvete, Siqueira leva Dona Nita para um breve banho na única praça da cidade. No caminho ele justifica o motivo dela estar suja. “Ela gosta de lama porque protege a pele dela do sol”, diz.
Durante o banho de torneira, o trabalhador rural conta como conheceu Dona Nita, que é uma porca javali de 3 anos de idade e que pesa em torno de 100 quilos. “Estava no sítio onde trabalhava junto com meu pai, quando achei ela perdida e desnutrida. Levei ela para o chiqueiro, mas na mesma noite ela saiu e foi para o canil e nunca mais quis dormir em outro lugar. Quando ela era filhote dei leite de vaca por mamadeira, até que um dia ela começou a comer comida sólida. Durante estes meses fui pegando um carinho muito grande por ela. Para mim é o mesmo amor que tenho pelos meus cães, minha gata e meu cavalo”, explica.