Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de agosto de 2019
O desmatamento da floresta amazônica, que já perdeu mais de 3.445 quilômetros quadrados em 2019, foi tema da revista norte-americana Foreign Policy, que estampa nesta terça-feira (6), a manchete “Quem vai invadir o Brasil para salvar a Amazônia?”. De acordo com o artigo, de um professor de Harvard, é “apenas uma questão de tempo” até que líderes mundiais façam “o que for necessário” para impedir mudanças climáticas no planeta. As informações são do jornal Estado de S. Paulo.
60% da Amazônia pertence ao Brasil
O texto do pesquisador Stephen M. Walt, da Universidade de Harvard, ressalta que 60% da Amazônia pertence ao Brasil e afirma que as políticas do presidente Jair Bolsonaro têm colocado em risco a maior floresta tropical do mundo, responsável por grande parte da absorção de carbono do planeta. Outro ponto levantado é como líderes mundiais, da UE (União Europeia) à ONU (Organização das Nações Unidas), têm colocado o combate à degradação ambiental no topo de suas prioridades nos últimos anos.
“A questão, entretanto, é até que ponto a comunidade internacional estaria disposta a chegar para prevenir, alterar ou reverter ações que podem causar um dano imenso e irreparável ao clima do qual todos os humanos dependem?”, pergunta a publicação, cogitando que, em um futuro próximo, inclusive a ação militar seria aceita nesse contexto.
Amazônia na mídia internacional
Esta é a segunda vez em menos de uma semana que a floresta amazônica tem chamado a atenção da mídia internacional. Na última quinta, 1º, a revista The Economist dedicou a capa da sua última edição ao assunto, declarando que a Amazônia está com os dias contados em um “relógio da morte”.
“A maravilha natural da América do Sul pode estar perigosamente próxima do ponto de inflexão além do qual sua transformação gradual em algo mais próximo do estepe não pode ser impedida ou revertida”, afirmou a publicação semanal.
Exoneração no Inpe
Na última semana, o presidente Bolsonaro confirmou que havia exonerado Ricardo Galvão, ex-presidente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), por não ter gostado da forma como o órgão divulgou os dados de desmatamento da Amazônia. “Não é a posição de um brasileiro que quer servir a sua pátria está preocupado com os negócios do Brasil. É lamentável”, disse.
“Eu não peço. Certas coisas eu mando. Por isso que sou presidente. Após as declarações dele a meu respeito, pessoais, não tinha clima para continuar mais. Não tinha clima”, afirmou sobre a demissão.
Bolsonaro negou ter censurado os dados, contestados por ele, sobre o aumento do desmatamento na Amazônia em 2019. “Eu não censurei, eu não disse que não tinha que divulgar, mas a forma com que foi divulgado…com áreas sobrepostas, áreas acumuladas. É complicado”, completou.