Terça-feira, 15 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2019
Há mais de dois meses, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciava a troca de Edu Gaspar por Juninho Paulista no cargo de coordenador de seleções masculinas. Uma mudança que, por enquanto, trouxe mais efeitos ao dia a dia da cartolagem do que novidades para a rotina da Seleção Brasileira comandada por Tite.
Para esta viagem do Brasil para os amistosos contra Colômbia e Peru, ambos nos Estados Unidos, a dinâmica que era vivida com Edu foi praticamente mantida. Juninho auxiliou a comissão técnica na confecção da lista de convocados, inclusive para saber o destino de Neymar na janela de transferências. Os locais das partidas já estavam definidos, então parecia ser uma primeira experiência mais tranquila, protocolar.
Só que a expectativa sobre a passagem do furacão Dorian por Miami, cidade que recebeu o empate por 2 a 2 com a Colômbia na última sexta-feira (06), fez com que a Seleção precisasse de planos alternativos. E foi aí que Juninho colocou a mão na massa. Com centros de treinamento fechados pelos riscos gerados pelo Dorian, o coordenador cogitou até levar a delegação para trabalhar em Washington.
No fim das contas, o furacão perdeu força e mudou a rota prevista, mas ainda assim Juninho precisou sair com membros da comissão técnica para procurar novos espaços para treinar. Em quatro dias em Miami, o Brasil não repetiu nenhuma vez o campo e precisou improvisar com gramado sintético e coberto de futebol americano e até com uma escola bem distante de onde estava hospedado.
A proatividade de Juninho já havia sido destacada antes mesmo dos atuais compromissos e acabou ganhando mais força nos últimos dias. Só que, ao contrário do que Edu Gaspar fez na Copa América, por exemplo, o ex-meia ainda não tomou a frente em entrevistas. A CBF quer deixá-lo mais ambientado com as novas tarefas antes de uma exposição maior.
Nos treinos e no trato com os atletas, os relatos são de pouca diferença prática em relação a Edu. Juninho passa as atividades alternando conversas com membros da comissão técnica enquanto observa os atletas e muitas vezes aproveita pausas dos treinos para dar dicas ou orientações.
As conversas com Tite são constantes: “O Juninho foi meu atleta do Palmeiras e nós já recordamos algumas passagens que tivemos juntos. O fato de ele já estar dentro da CBF também facilitou. Ele conhecia a dinâmica do Edu e isso tudo agilizou e facilitou o processo. A situação foi bem mais tranquila pelo convívio e pelo conhecimento que já tínhamos”.
Mas no que diz respeito ao dia a dia na CBF, no relacionamento com outros cartolas, há uma sensação de novo ânimo com Juninho. Edu já tinha a imagem desgastada com alguns dirigentes, que agora aprovam um estilo mais executor de Juninho, e menos idealista. Enquanto isso, o antigo cargo do coordenador segue vago. A diretoria de desenvolvimento do futebol não aparece nem sequer na lista do site da CBF e as tarefas que eram de Juninho foram redistribuídas entre outras pastas até a definição do substituto.