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Ciência Ceticismo: um terço dos brasileiros desconfia da ciência

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Cerca de 60% dos jovens brasileiros querem mais investimentos em ciência. (Foto: Reprodução)

Conforme a pesquisa “Wellcome Global Monitor 2018”, realizada com 140 mil pessoas de 144 países, 35% dos brasileiros desconfiam da ciência e um em cada quatro acredita que a produção científica não contribui para o País. Quase metade dos brasileiros afirmaram que “a ciência discorda da minha religião” e, desses, 75% disseram que “quando ciência e religião discordam, escolho a religião”. Apenas 13% dos brasileiros entrevistados afirmaram ter “muita confiança” na produção científica. As entrevistas foram feitas e compiladas pela empresa de pesquisa de opinião Gallup. Os resultados foram divulgados na quarta-feira (19) pela revista científica Science.

No mundo inteiro, somente 18% das pessoas afirmaram ter “muita confiança” na produção científica. No ranking dos países que mais confiam na ciência, o Uzbequistão está no topo, seguido do Tajiquistão e da Irlanda. Entre as 144 nações, o Brasil fica em 111º lugar.

Confira o que mais o estudo mostra:

1. Médicos versus Dr Google: conforme a pesquisa, 73% das pessoas confiam mais em um médico ou enfermeiro do que qualquer outra fonte de aconselhamento sobre saúde.
2. Mais pobres desconfiam mais: em todo o mundo, as pessoas com menor renda familiar têm menos confiança nos hospitais e nos sistemas de saúde.
3. Maioria confia na ciência: 72% das pessoas em todo o mundo acreditam nos cientistas
4. “Eu não sei”: 57% da população mundial não acha que saiba muito – ou qualquer coisa, na verdade – sobre ciência.
5. Confiança nas vacinas: 79% das pessoas concordam que as vacinas são seguras e 84% concordam que são eficazes.

Movimento anti-vacina mundo afora e queda em imunização no Brasil preocupam

A pesquisa explica que aproximadamente 95% da população precisa ser vacinada contra o sarampo para a imunização funcionar. Para doenças menos contagiosas, como a poliomielite, o consumo de vacinação precisa ser de 80% a 85% da população. No entanto, os pesquisadores se mostram preocupados com os movimentos anti-vacia e com a queda nos índices da vacinação do Brasil, entre outras nações.

“Para a gripe, o número está próximo de 75% para grupos vulneráveis (crianças muito jovens, pessoas com doenças crônicas e idosos). Se um número suficiente de pessoas optar por não vacinar, surtos de doenças evitáveis se tornarão mais comuns, como vimos com os recentes surtos de sarampo em vários países, incluindo EUA, Índia, Brasil e Ucrânia.”

Apesar na queda das taxas de vacinação, 97% dos brasileiros que participaram da pesquisa afirmaram que confiam na efetividade e segurança das vacinas, e disseram acreditar que elas são “importantes para as crianças”.

Do auge à crise

Oito anos atrás, a ciência brasileira vivia um momento de pujança. Os laboratórios vibravam com o resultado dos investimentos conquistados desde o início do século. O gasto interno bruto em pesquisa e desenvolvimento chegou a ser maior do que o da Itália e Espanha. À época, uma enquete com cem dos 112 membros mais jovens da Academia Brasileira de Ciências, reiteraram sua satisfação em trabalhar na área no País.

Hoje, o cenário é outro. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações chegou a perder 42% de seu orçamento — o ministro Marcos Pontes tenta negociar o retorno da verba bloqueada. A reportagem procurou dez dos cientistas entrevistados em 2011 e ouviu um diagnóstico mais sombrio sobre como é o trabalho no setor em 2019.

Segundo a reportagem, a qualidade da produção científica brasileira nos últimos anos aumentou. Um exemplo foi o conhecimento gerado em pouco tempo para enfrentar a epidemia de zika. Isso foi possível porque a base científica brasileira é sólida, com bons cientistas, equipamentos, alunos. Mas apesar do progresso, isso se deve a investimentos que já estavam garantidos no passado. Agora, diante dos cortes, é possível que a qualidade seja comprometida.

A força de trabalho são os estudantes, que estão extremamente desmotivados com o corte de bolsas. As universidades estão sucateadas, ninguém tem certeza se haverá financiamento para continuar a pesquisa por muito tempo. Além disso, os problemas de antes, como a dificuldade para importação de reagentes, não foram resolvidos. As informações são do jornal O Globo.

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