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Tito Guarniere 600 mil mortos

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Chegamos a mais um número macabro: 600 mil mortes da Covid. Não é justo culpar alguém nos primeiros tempos da Covid, contágios, internações, óbitos. Ninguém tinha ideia clara da gravidade do mal. Mesmo hoje em dia ainda há muito a descobrir sobre a doença, sinuosa, traiçoeira, imprevisível.

Mas logo nas primeiras semanas foi possível estabelecer que a doença se espalhava no ar, através de gotículas ou em aerossóis, e que a transmissão se dava pelo contato humano, a proximidade física, e que as maiores vias de acesso do vírus para o interior do corpo eram o nariz e a boca.

A lógica elementar mandava, então, que se deviam evitar os contatos entre humanos, usar máscaras e higienizar as mãos – porque o vírus ainda ativo podia passar das mãos à boca, ao nariz, aos olhos. Foi uma ruptura brusca, uma mudança profunda da vida humana, do modo como ela se tinha organizado até então.

Os cientistas e os laboratórios farmacêuticos se lançaram a uma corrida frenética para encontrar a fórmula e fabricar uma vacina capaz de estancar a doença e reduzir os seus terríveis efeitos, as internações em massa, o uso das UTIs, as mortes.

Não houve no mundo nenhum país que se tivesse dado tão mal quanto o Brasil no combate à pandemia. É que o flagelo se abateu sobre nós na mesma época do pior governo e do pior governante que já tivemos.

O fato é que o governo (leia-se Bolsonaro) desde o início menosprezou a doença e os seus efeitos. Depois se opôs ativamente ao isolamento social, a pretexto que iria arruinar a economia. Nunca entendeu que se tratava de uma emergência, que era preciso escolher entre vidas humanas e manter os negócios em atividade plena. Havia uma necessidade imperiosa de ganhar tempo, para evitar o colapso do sistema de saúde, a fim de melhor adequá-lo para a nova e terrível demanda.

Bolsonaro combatia a máscara facial verbalmente e pelo exemplo: fazia aparições em série sempre sem o adereço. E, pior, foi na conversa tola de que existia uma cura para a Covid, um remédio miraculoso, a cloroquina. Como tudo o que ele diz tem repercussão, a voz do presidente se tornou a voz do curandeiro-mor da República. Jamais se convenceu do que o mundo abalizado da ciência definiu em toda a extensão: a cloroquina é imprestável para o tratamento da doença.

No ínterim, a ciência do mundo criou e começou a produzir a vacina. Inconformado, passou a negar a eficácia da vacinação, qual Quixote investindo contra moinhos de vento, e atraindo para tão insólita crença, milhares de fiéis.

A vacina podia fazer mal. A cloroquina, a ivermectina, os kits de tratamento precoce, eram as armas de combate à doença. Nunca soube ou nunca quis saber que a vacina não cura – a vacina evita o contágio, reduz os danos dos contaminados, e diminui o número de vítimas fatais.

Cabeça dura, mesmo hoje em dia ele ataca obsessivamente a Coronavac, porque “não tem comprovação científica”. Mas ele não tem como escapar da consideração elementar: as ações desastradas do governo na pandemia causaram a morte de milhares de concidadãos. E a Coronavac salvou milhares de vidas.

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