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Cláudia Fam Carvalho Mesmo a bandeira sendo vermelha as coisas devem funcionar

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O governo do Estado baixou novo decreto. (Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Para mim soou como novidade o tom dos novos decretos do governador do Estado do Rio Grande do Sul no enfrentamento da COVID-19. Eduardo Leite disse que, mesmo diante do aumento do número de casos da doença (leia-se maior índice de lotação hospitalar e primeira ocorrência de bandeira vermelha em todo o Estado, portanto, denotando o pior momento da epidemia no nosso estado, dentro do seu plano de enfrentamento), não irá fechar o comércio ou as escolas. Nas suas palavras “a saúde precisa ser vista de uma forma integral” e o fechamento das escolas, segundo ele, traria mais prejuízos à saúde física, emocional e ao futuro do nosso Estado. Parabéns, senhor Governador! Nunca é tarde para se admitir um erro, mesmo que estejamos em dezembro e tenhamos deixado nossas crianças o ano inteiro a mercê desses riscos todos como o senhor bem colocou.

A mensagem do Governador é clara, mesmo a bandeira sendo vermelha as coisas devem funcionar, o que torna óbvio que a bandeira é uma criação sem sentido. Não faz jus à situação e nem elege as melhores estratégias, como já evidenciado pelos inúmeros recursos e trocas de bandeiras e agora a própria abertura do comércio e escolas, contrariando o protocolo.

Diante do exposto, acredito que caberia por parte do Governador um pedido formal de desculpas a toda a população do Estado que vem sendo cobaia desse estudo experimental sem lógica. Se no início tinha algum sentido, logo o perdeu e há falha por parte do Governador ao não abandoná-lo de vez. Deve desculpas a todas as crianças e adolescentes que tiveram suas vidas restritas de maneira brutal por conta dos decretos por ele caneteados, também um pedido de desculpas aos comerciantes que tiveram suas portas fechadas a mando do poder público, ocasionando a falência de muitos sem piedade, por conta de alguns cálculos que chamaram de ciência.

Acredito também que o nosso excelentíssimo senhor Governador deva um pedido de desculpas à Roberta Coltro, advogada, integrante da bancada do Atualidades Pampa, onde em entrevista, de forma inteligente e empática, ela questionou as medidas adotadas pelo governo e foi chamada de ignorante.
Hoje talvez o Governador compreenda que era um absurdo privar as pessoas de trabalhar, já que agora, diante de um cenário bem pior, entende a necessidade de manutenção do trabalho.

Na ocasião, se bem me lembro, disse que ela ignorava a situação de mortos empilhados na Europa. Lamento o senhor não tê-la ouvido, não estamos na Europa. Não tivemos empilhamento de mortos. Aqui todos os doentes foram atendidos, tivemos uma mortalidade per capita das mais baixas do mundo. Nossos médicos e hospitais tiveram excelentes resultados frente a esse desafio terrível. E, no momento, seguem ainda mais desafiados, mas agora sua ‘ciência’ mudou de opinião, talvez.

Por algum motivo que a minha vã filosofia não compreende, quando os números eram mais baixos, os colégios e comércios estavam fechados. Agora não. Qual é a lógica? Nenhuma, não é? Erraram feio ao ferir a Constituição, ao limitar as liberdades individuais e agora remediaram em parte, mantendo os estabelecimentos abertos. Digo em parte, porque não vi nenhum dos gestores do Estado ou Município assumirem a atrapalhação em que se equivocaram, apenas liberaram algumas atividades, mudando o discurso e os próprios estúpidos protocolos. Pasmem, parecem ainda não terem apreendido com os erros, pois novamente baseados em nada, restringiram o horário de funcionamento dos estabelecimentos e circulação em locais abertos. O Covid só se transmite às 22h, será? Ou na beira da praia? Ou na Igreja? Quanta arbitrariedade!

Será que não aprendem nunca?

Por conta dos seus decretos, muitas pessoas adoeceram, faliram, famílias se desestruturaram, crianças ficaram soltas nas bocas de tráfico de drogas ao invés de estarem no colégio. E apenas 3% da população teve Covid-19. Como se não bastasse a tristeza das mortes por Covid e o novo risco a que estamos submetidos, ainda fomos todos envenenados com o pseudo antídoto inventado por prefeitos e governadores.

Estou com o jornalista Fiúza: quem restringir a liberdade dos cidadãos, sem demonstrar que isso salva vidas, terá que responder em juízo por atentar contra a Constituição. Tenho certeza de que a Justiça será feita, mais cedo ou mais tarde. A vida cobra da gente. Eu teria medo se fosse o senhor, Sr. Governador!

(Foto: Divulgação)

 

Cláudia Fam Carvalho
Psiquiatra e Psicoterapeuta

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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