Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 17 de maio de 2021
Votação foi dividida em dois dias, após ter sido adiada por cinco semanas devido a uma nova onda de Covid-19
Foto: ReproduçãoO Chile concluiu neste domingo (16) dois dias de uma votação histórica para eleger os 155 cidadãos que irão redigir uma nova Constituição, destinada a substituir a herdada da ditadura de Augusto Pinochet, com a expectativa de melhorar a equidade social.
As seções eleitorais começaram a fechar às 18 horas (19 horas em Brasília), após dois dias de votação sem incidentes. No sábado, mais de três milhões de eleitores (20,44%) foram às urnas, de um total de 14,9 milhões chamados para votar de forma voluntária.
Os chilenos tiveram que escolher entre 1.373 candidatos os integrantes da Convenção Constitucional, entre eles atores, escritores, professores, ativistas sociais, advogados e políticos tradicionais.
A Carta Magna anterior, elaborada durante a era Pinochet (1973-1990), é considerada a origem das desigualdades sociais no Chile. A eleição foi realizada em dois dias devido à pandemia, após ter sido adiada por cinco semanas, desde 11 de abril, devido a uma nova onda de Covid-19.
“Esta é a eleição mais importante que os chilenos tiveram, isso marcará o futuro das gerações mais jovens”, explicou à AFP Felipe Gutiérrez, um engenheiro de 32 anos que deixava uma seção eleitoral em Santiago.
Os dados sobre participação por regiões e comunas indicam uma diferença importante no fluxo de eleitores nos setores mais ricos e conservadores, notavelmente maior que nas áreas mais pobres.
Das ruas às urnas
A mudança constitucional de Pinochet foi a forma que o sistema político chileno encontrou para canalizar as manifestações massivas – várias e muito violentas – que estouraram em 18 de outubro de 2019, deixando cerca de trinta mortos e prejuízos milionários no comércio e no mobiliário público.
Quase um mês após o início desses protestos, quando vários prédios estavam em chamas em Santiago, as forças políticas anunciaram um acordo para convocar um plebiscito para decidir sobre a mudança da Constituição, que finalmente foi realizado em 25 de outubro de 2020.
O resultado: 80% de apoio à opção “Aprovo” para a mudança constitucional em um dia que culminou em manifestações. Outros 20% optaram pelo “Rejeito”, uma opção que se concentrou nas três comunas mais ricas do Chile.