Segunda-feira, 21 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2022
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou que o governo federal irá discutir medidas para “garantir o pagamento” do Auxílio Brasil de R$ 600 no “dia seguinte” da eleição presidencial — que ele afirma que será vencida pelo presidente Jair Bolsonaro.
A proposta do governo para o Orçamento de 2023 vai trazer o valor de R$ 400 para o benefício, mas haverá um “compromisso” de que o valor continuará em R$ 600. Esse compromisso deve estar presente na Mensagem que será enviada ao Congresso, assim como na Exposição de Motivos, como é chamada tecnicamente a justificativa de um projeto de lei.
A polêmica ocorre pois o benefício atual de R$ 600 só vale até dezembro — a lei aprovada no Congresso prevê recursos somente até o fim deste ano. Depois, voltaria para R$ 400.
Em publicação em sua conta no Twitter, Nogueira afirmou que “os caçadores de más notícias agora tentam emplacar a informação de que o Auxílio Brasil não terá seu valor mantido para o ano que vem”.
Em seguida, disse que “no dia seguinte à vitória do presidente” Jair Bolsonaro, ele estará “com o Congresso tratando das medidas que vamos aprovar para garantir o pagamento dos R$ 600 aos beneficiários do Auxílio Brasil em 2023”.
Bolsonaro, assim como os candidatos à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), prometeram manter o auxílio em valor maior no próximo ano. Ciro chega a prometer um benefício de R$ 1 mil. Mas isso precisa ser oficializado junto ao Congresso.
Deflação
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que espera “dois ou três meses” de deflação neste ano, principalmente por conta de medidas como a redução de impostos e o teto do ICMS sobre combustíveis e energia. Isso significa que o País poderá ter redução dos preços até as vésperas das eleições.
“Quando nós olhamos para o processo de inflação, esperamos dois ou três meses de deflação. Nós tivemos deflação no mês passado e provavelmente teremos neste mês. Novamente, bastante impactado pelos preços de energia e pelas medidas”, afirmou.
A deflação acontece quando a cesta de produtos analisada pelo IBGE para o IPCA tem um preço menor em um mês em comparação ao mês anterior.
No entanto, a deflação de julho, a primeira desde maio de 2020, não aconteceu por conta de uma queda natural de preços depois de meses em alta ou do efeito das altas nos juros promovidas pelo Banco Central (BC), mas principalmente devido ao teto da cobrança de ICMS em combustíveis e energia elétrica que entrou em vigor em julho.
O corte do ICMS, juntamente com outras medidas, foram incentivadas pelo governo para tentar melhorar as chances de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, em segundo lugar nas pesquisas.
O IBGE calculou uma deflação de 0,68% em julho, a primeira desde maio de 2020. O órgão vai publicar na quarta-feira o IPCA-15 com a prévia da inflação de agosto com o mercado já prevendo uma nova deflação.
Neste cenário, Campos Neto afirmou que a inflação deste ano deve ficar em 6,5%, previsão mais baixa do que a registrada na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no início do mês, que era de 6,8%. A projeção também está abaixo dos 6,82% previstos pelo mercado.