Terça-feira, 14 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 20 de setembro de 2023
Uma série de autoridades brasileiras acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na terça-feira (19), na qual o petista foi o primeiro chefe de Estado a discursar.
Entre os integrantes da delegação, estavam os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e a primeira-dama, Janja da Silva.
Lira, Pacheco e Janja estavam no setor do plenário, no qual também se posicionaram os demais chefes de Estado que participaram da Assembleia. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor da Presidência da República Celso Amorim também estavam nesse setor.
Já as demais autoridades ficaram nas galerias do plenário, perto da bancada em que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acompanhou os discursos.
Veja a seguir os integrantes da delegação brasileira na Assembleia Geral da ONU:
* ministra do Meio Ambiente, Marina Silva
* ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara
* ministra da Saúde, Nísia Trindade
* ministra da Gestão, Esther Dweck
* ministra das Mulheres, Cida Gonçalves
* ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira
* ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira
* presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)
* presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
* assessor especial da Presidência Celso Amorim, ex-chanceler
* líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).
Aplausos
O presidente Lula foi aplaudido sete vezes durante discurso na Assembleia Geral da ONU. O petista voltou a discursar no evento após 14 anos. Por tradição, o representante do Brasil é o primeiro a se manifestar no encontro de chefes de Estado e de governo e de ministros dos países que integram a ONU.
O brasileiro falou por 21 minutos para uma plateia composta por presidentes, primeiros-ministros, ministros de Estado, diplomatas, parlamentares e outros integrantes das delegações dos países.
Lula também foi aplaudido ao subir ao púlpito para iniciar sua manifestação e ao final do discurso, quando pediu “indignação com a fome, a pobreza, a guerra, o desrespeito ao ser humano”. E defendeu um trabalho conjunto para superar as desigualdades no mundo.
No discurso, o chefe de Estado brasileiro abordou temas que vem tratando em outros eventos com líderes de países, a exemplo da importância da preservação do meio ambiente e do combate à desigualdade.
O presidente foi aplaudido, por exemplo, ao citar a redução do desmatamento na Amazônia e ao criticar o embargo financeiro imposto há décadas pelos EUA a Cuba.
Confira as falas de Lula que foram aplaudidas no plenário da ONU:
* Reconstrução e “Brasil de volta”
“Nossa missão é unir o Brasil e reconstruir um país soberano, justo, sustentável, solidário, generoso e alegre. O Brasil está se reencontrando consigo mesmo, com nossa região, com o mundo e com o multilateralismo. Como não me canso de repetir, o Brasil está de volta”.
* Redução de desigualdades
“Reduzir as desigualdades dentro dos países requer incluir os pobres nos orçamentos nacionais e fazer os ricos pagarem impostos proporcionais ao seu patrimônio. No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, de maneira integrada e indivisível. Queremos alcançar a igualdade racial na sociedade brasileira por meio de um décimo oitavo objetivo que adotaremos voluntariamente”.
* Salários iguais para homens e mulheres
“Inspirados na brasileira Bertha Lutz, pioneira na defesa da igualdade de gênero na Carta da ONU, aprovamos a lei que torna obrigatória a igualdade salarial entre mulheres e homens no exercício da mesma função”.
* Redução do desmatamento
“Retomamos uma robusta e renovada agenda amazônica, com ações de fiscalização e combate a crimes ambientais. Ao longo dos últimos oito meses, o desmatamento na Amazônia brasileira já foi reduzido em 48%”.
* Aventureiros de extrema-direita
“Em meio aos seus escombros surgem aventureiros de extrema-direita que negam a política e vendem soluções tão fáceis quanto equivocadas. Muitos sucumbiram à tentação de substituir um neoliberalismo falido por um nacionalismo primitivo, conservador e autoritário”.
* Liberdade de imprensa
“É fundamental preservar a liberdade de imprensa. Um jornalista, como Julian Assange [condenado por divulgar documentos confidenciais dos Estados Unidos], não pode ser punido por informar a sociedade de maneira transparente e legítima”.
* Embargo a Cuba
“O Brasil seguirá denunciando medidas tomadas sem amparo na Carta da ONU, como o embargo econômico e financeiro imposto a Cuba e a tentativa de classificar esse país como Estado patrocinador de terrorismo”.