Sexta-feira, 28 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de janeiro de 2016
Oministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), fez lobby para a OAS em dois tribunais de contas para evitar o bloqueio de recursos às obras da empreiteira na Arena das Dunas, em Natal (RN), um dos estádios da Copa de 2014.
A ação foi comprovada por mensagens entre Alves e Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora, condenado a 16 anos de reclusão. Trechos das conversas, de 2013 e 2014, foram obtidos pela imprensa. Na época, o peemedebista era deputado e presidia o Legislativo.
Nos diálogos, o ministro cobra repasses da OAS para sua campanha ao governo do RN. Para a PGR (Procuradoria-Geral da República), as doações foram ilegais para que o atual líder da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendesse a empreiteira.
As mensagens sobre o lobby nos tribunais foram de junho a julho de 2013. Em 14 de julho, os diálogos indicaram que Alves agiria junto ao então ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Valmir Campelo Bezerra, que relatava processo sobre a Arena das Dunas. Após receber denúncia de irregularidades do MPF (Ministério Público Federal), a Corte abriu um processo para acompanhar o financiamento da obra.
Em mensagem de 22 de junho de 2013, Alves diz a Pinheiro que poderia marcar com o presidente do TCE-RN (Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte): “Já marcarei com o presidente do TC, irmão do Garibaldi”, disse. Na época, o líder da Corte era Paulo Roberto Chaves Alves, irmão do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), primo do ministro.
Alves admitiu ter auxiliado a OAS. “Pinheiro mobilizou o governo, todo mundo para ajudar. Isso porque podia paralisar a obra e o estádio não seria entregue a tempo para a Copa”, afirmou. (Folhapress)